quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PREOCUPAÇÕES DA DÍVIDA SOBERANA DURARÃO DEZ ANOS

As pressões fiscais a curto prazo são mais fáceis de gerir do que a maioria dos investidores percebem, mas os problemas irão ser muito mais difíceis de lidar, nos próximos 10 anos, de acordo com Andrew Milligan, chefe de estratégia global da Standard Life Investments, em Londres.
A longo prazo há riscos significativos de níveis elevados no sector da dívida pública. Em particular, há problemas de financiamento potenciais, acumulando-se os efeitos e preocupações do rating da dívida soberana nesta década.
Argumentamos que o impacto dos aumentos de impostos e cortes de gastos será mais moderado. Entretanto, nós alertamos sobre os riscos a longo prazo que os governos enfrentam: passivo a descoberto significa taxas difíceis e decisões de gasto.
Há duas implicações para os investidores: uma, que os mercados continuarão voláteis e dois, que as taxas de juro vão ser mais baixas por mais tempo.
A OCDE advertiu que o total da divida do sector público dos países industrializados deve exceder 100 por cento do PIB em 2011, algo que não acontecia desde o início dos anos 1950. Em resposta, os governos enfrentam considerável oposição política à medida que implementam a maior consolidação orçamental, das últimas décadas.
Advertimos que o grande risco é que muitos países estão a apertar a política fiscal, ao mesmo tempo, por isso o efeito multiplicador no total poderá ser maior, acrescentou Milligan.
Prevê um crescimento global moderado de vários anos e não melhor como tendência.
Assim, a situação fiscal continuará vulnerável aos choques externos por algum tempo, até que os défices sejam reduzidos 8-12 por cento do PIB por ano em direcção a 2-4 por cento.
Mesmo em, digamos, 2015, um número de países enfrentarão horríveis níveis elevados de endividamento do sector público. Os governos também precisam enfrentar os problemas adicionais de passivo a descoberto.
A dívida realmente importa e o aumento desta significa que os consumidores e as empresas acabam por transferir sua riqueza para os bancos, fundos de pensão e bancos centrais.
Se um programa de consolidação orçamental não funciona, os decisores políticos poderiam escolher os fluxos de poupança forçada, por exemplo, incentivar os bancos e outras sociedades financeiras de possuir mais títulos do governo, como o Japão tem de facto operado.
Se os pacotes de pacotes de austeridade se tornarem impopulares, os governos podem incentivar os bancos centrais a iniciar um período de inflação mais elevado do que o esperado.

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