sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MENSAGEM NATALÍCIA

O Natal tem sido e será sempre uma quadra de grandes revelações na História da Humanidade e que estarão certamente no acontecimento do nascimento de JESUS CRISTO há mais de dois mil anos. A celebração do NATAL é sempre uma quadra Festiva e segundo a tradição sa Famílias e os Amigos se reúnem nas suas casas para festejarem com satisfação as suas alegrias; quantos tão distantes se encontram espalhados pelos mais diversos cantos do Mundo. Muitas vezes se diz que o Natal deveria e poderia ser vivido todos os dias em comunidade, alicerçando os caminhos da paz e da Concórdia, a alegria de viver em harmonia entre todos os cidadãos, independentemente de credos ou raças, donde se corrigissem ou se eliminassem tantos conflitos, particularmente os dramas provocados pelas guerras sangrentas, tantas vezes oriundos da ânsia de tentar ultrapassar tudo e todos. Passamos tantas vezes ao lado do nosso semelhante, sem o olharmos com im simples gesto de saudação. Mas a verdade é que o Mundo está assim, repleto de erros e de indiferenças, carregadas de ódios desmedidos. A Quadra Natalícia que presentemente se vive, está porventura parca de valores de cidadania, passando pela falta de solidariedade, agravada pela não aplicação da Justiça Social, que é da responsabilidade daqueles em quem o Povo confiou. Vive-se numa situação de austeridade sem limites com tendência a aumentar ainda mais. Houve sempre ricos, remediados e pobres. Contudo a situação ameaçadora e mais grave, é que cada vez há mais pobres. Quem se irá lembrar nesta Quadra Natalícia, daqueles que se encontram sem abrigo, afastados de familiares, porque não os têm, ou tendo-os os ignoraram e desprezaram? Quantos haverá provavelmente que já não sabem e não acreditam nos valores que o NATAL significa? Felizmente e ainda bem, que muitas pessoas se preocupam e tentam minimizar as carências das quais fazem parte a fome, a miséria e o desespero, tendo atingido já o limiar de tais circunstâncias. Certamente que não será o necessário para colmatar estes infortúnios. É o que será possível fazer.
Afigura-se-nos que havia condições para que os sacrifícios exigidos tivessem um outro comportamento; ou seja, não obrigando tão severamente o pagamento da “factura” àqueles que pouco ou já nada têm.
Termino para desejar a TODOS OS MEUS AMIGOS SEGUIDORES DO BLOGUE UM SANTO E FELIZ NATAL e que o ANO DE 2012, POSSA PROPORCIONAR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA, PARTICULARMENTE AOS QUE MAIS NECESSITAREM. Boas festas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CAPITALISMO: A NATUREZA DO BICHO…

A agudização da crise do sistema capitalista torna cada vez mais evidentes as enormes contradições das grandes potências. A União Europeia é exemplo dessas contradições com grandes países e grupos económicos e financeiros a procurarem encontrar “saídas” que melhor sirvam objectivos, interesses e a continuação dos seus instrumentos de domínio económico e político.
Em edição recente, o director do Le Monde Diplomatique Ignácio Ramonet, disse que “por ano, a economia real (empresas de bens e serviços) cria em todo mundo uma riqueza (PIB) de 45 biliões de euros (45 milhões de milhões). Ao mesmo tempo, ainda à escala planetária e financeira, os “mercados” movem capitais na ordem de 3450 biliões de euros. Notem bem, são 75 vezes a economia real. Por isso Ramonet interroga, como pode o sistema capitalista sobreviver, indefinidamente com esta inacreditável “bolha” financeira 75 vezes superior ao PIB mundial.
Com números desta grandeza, convém recordar a natureza do bicho. O capitalismo tem uma regra de ouro – o lucro. Por outro lado, a acção produtiva que há muito gira na roda financeira que tudo move, incluindo capitais, não o garante indefinidamente…Como os capitais têm de ser “remunerados” (função da “regra de ouro”), a tentação de fazer deles a fonte central dos lucros é enorme, sobretudo quando os negócios com a “economia real” começam a claudicar por outra “falha” mortal – a falta ou a “saturação dos mercados”. Assim os capitais são transformados num “produto” transaccionavél, em busca de elevados rendimentos perdidos na produção material. Em resumo, está aqui a grelha da actual crisa: o mergulho suicida do sistema capitalista na especulação financeira para cobrir a falta de rendibilidade na economia real, praticando durante décadas um crescendo especulativo tão vertiginoso, que se chegou a este absurdo mortal de fazer circular nos mercados capitais que já vão em 75 vezes o PIB mundial.
Claro, a enorme “bolha” especulativa tinha de rebentar. Aconteceu com a “crise do subprime”. Aí, os governos (com EUA à cabeça) canalizaram rios de dinheiro dos seus povos para tapar este “buraco” desmedido e manterem o sistema intocavél.
O resultado é a especulação e o “jogo dos mercados” continuarem com novos aliciantes: o desastre da bolha especulativa foi-nos apresentado como a razão da “crise”, com os governos/mandatários dos interesses do grande capital – a tratarem de converte-la num óptimo pretexto para espoliar os povos de direitos adquiridos e os “mercados” atirarem-se vorazmente ao negócio das “dívidas públicas”, onde pontificam os próprios bancos europeus que “generosamente emprestam” e sacam juros delirantes aos parceiros da EU em dificuldades com o défice. Assim tudo está em causa. Moeda única, EU e o próprios sistema capitalista, devido à insustentável burla especulativa com capitais que correspondem a 75 PIB mundiais.
Também, é cada vez mais intolerável e inadmissível o ataque contra os trabalhadores e o povo, por um Governo reaccionário que se escuda nesta periclitante conjuntura para tentar “limpar” do País, tudo o que tenha, ainda a ver com o Portugal de Abril e conquistado ao longo de décadas pelos portugueses, nomeadamente a riqueza do seu País escudada em empresas com negócios monopolistas e ainda rentáveis.
Desrespeitando e violando leis, acordos e a Constituição da República.

CARLOS VALE

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

GEORGE SOROS COMPRA 2 BILIÕES DE DÓLARES EM OBRIGAÇÕES EUROPEIAS



UMA QUESTÃO DE...ATITUDE

O mundo globalizado como está, não podia deixar de trazer um presente envenenado para a sociedade ocidental e em concreto para Portugal. Diz-se que tudo se deve à instabilidade dos mercados.
Vai daí o governo via troika coloca-nos num programe específico de apertar o cinto. Pobre em fundos o estado acaba por nos pagar menos o que por seu lado nos vai impedir de gastar mais, pelo facto de, também nos, ficarmos com menos dinheiro disponível.
Queixa-se o líder da oposição ao anunciar a paixão pela austeridade encetada pelo executivo e que os portugueses já não tem mais furos para apertar o cinto, o que não deixa de ser uma “graça” sua pois enquanto houver cinto é sempre possível acrescentar-lhe mais um furo.
O problema é então saber em que condições vamos sair deste aperto. Precisam-se por agora soluções e não perturbações agravantes das dificuldades já em exibição em muitos lares portugueses.
Depois de termos exportado para Paris – apetece-me dizer de França – onde cursa filosofia a criança que existia em nós, convém que fixemos os pés na realidade pois a dívida acumulada é mesmo para pagar. Pode derrapar no prazo, coisa aliás bem portuguesa, mas que é para pagar disso não tenhamos dúvidas.
A solução parece estar no trabalho o qual deve ser visto como uma força de realização pessoal algo que os portugueses têm de ser entendido como estrutural.
Em terra como “no mar é preciso ter sangue frio e voz firme”. Faço aqui uso das palavras de Coentrão, Mestre da Virgem do Sameiro o qual, dado perdido com os seus homens, ao terceiro dia foi encontrado ao que se diz por milagre. Milagre esse que residiu na atitude do mestre para com os seus colaboradores ao serem confrontados com as vicissitudes de um acidente no decorrer da faina da pesca.
Mas voltemos ao trabalho, não ao braçal, mas àquela força que por vezes brota da natureza humana, que exige uma postura, uma atitude diferenciadora ancorada na moral e ética mais pura, pretensamente indestrutível e incorruptível.
Envolvidos neste espírito, governados e governantes, será certo que vamos lá!
Contudo os tempos não serão fáceis envoltos que estamos num turbilhão de informação que nos custa a digerir.
È o crescimento que tarda e a recessão económica a acentuar-se, são as dificuldades de financiamento e os elevados juros a pagar pelas emissões de dívida pública, é a receita do Estado que não cresce e há o perigo de se afundar ainda mais ainda. Preocupante é também o tipo de dieta a implementar com vista ao necessário emagrecimento da administração pública, onde mobilizações e despedimentos serão palavras de ordem o que por certo despertará efervescência sindical que já se começa a fazer ouvir no seu local de eleição que é a rua. Tomemos então uma atitude positiva com certeza.

João Carlos Nunes

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

AMNÉSIA COLECTIVA

A campanha eleitoral de Passos Coelho foi uma fraude colossal. Prometeu uma coisa e fez exactamente o contrário. Não faltam inventários do que disse e do que faz è uma constatação reconhecida e desenvolvida por personalidades oriundas dos mais variantes quadrantes ideológicos, muitas vindas do interior dos próprios partidos da governação.
Curiosamente alguns agentes da imprensa nacional e regional que ainda nos primeiros meses deste ano de má memória denunciavam até à minúcia os efeitos devastadores das políticas do governo Sócrates/PS, foram repentinamente apanhados por um misterioso e contagioso vírus de amnésia muito habitual em períodos em que o “tachismo” muda de mãos. É que se os problemas dos portugueses em particular dos que vivem apenas dos rendimentos do trabalho eram graves, é mais evidente que são agora muitíssimo mais preocupantes em todos os aspectos.
Com o flagelo do desemprego a subir dia-a-dia, insegurança a crescer a olhos vistos, Centros de Saúde a encerrar, taxas agravadas a impedir milhares de pessoas de cuidados médicos, mais o roubo do subsidio de Natal, se tudo isto não fosse já uma injustiça e como pagar impostos é coisa de pobres, vá de os atascar ainda mais, com o duplo roubo dos subsídios de férias/natal 2012, novas subidas das taxas moderadoras, IVA, portagens nas Scuts, roubo na factura da EDP…Ora, é uma certeza o agravamento das desigualdades e da miséria. Portugal já é considerado o país mais desigual da Europa. Sendo que, só um misterioso surto de amnésia colectiva poderá estar na origem do apagamento nas suas prodigiosas mentes desta óbvias realidades.
Mais, com estafados argumentos, pretendem impor meia hora de trabalho diário sem qualquer compensação salarial. Duas horas e meia semanais acumuladas num “banco de horas” gerido só pela entidade patronal. Ou seja, um regresso ao trabalho escravo…
Prometeram acabar com nomeações políticas dos altos cargos da administração pública, quando afinal já marchava a grande farra da distribuição partidária das cadeiras, mesmo as dos cargos meramente técnicos. Com a nova versão da “picareta falante” (Relvas) a matraquear demagogia por todos poros, a realidade mostra-nos que nada mudou. Os boys do PS são rendidos por boys do PSD e CDS.
A acção persecutória flagela com violência brutal quem vive do trabalho, mas pretende atingir outros sectores sociais e lugares. O tal plano em curso aflorado anteriormente, funciona como uma “vendetta”. Mesmo que as implicações do adiamento/suspensão de obras fundamentais para o desenvolvimento da região e concelhos, sejam desastrosa. Os prejuízos são gigantescos. A “Bem da Nação”. Simplesmente lamentável.

CARLOS VALE

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O PAGAMENTO DA DÍVIDA

E o início do pagamento das portagens lá se concretizou esta semana. Sempre na lógica do utilizador pagador acabaram-se as auto estradas não portajadas. E se a medida até se pode perceber, já não se compreende o cálculo dos valores a pagar. Como é possível que estas vias estruturantes que não tem alternativas minimamente viáveis, e vão ser motivo de falência de muitas empresas, com o consequente aumento de desemprego, ter um custo por quilómetro superior à A1? Os preços das portagens deveriam ser revistos.
Outro assunto que permitiu vários tipos de comentários., alguns perfeitamente desnecessários, foi a polémica palestra de Sócrates, em Poitiers. Permitiu-se discorrer sobre um problema que é central no País – o pagamento da dívida que na totalidade pública e privada anda por volta dos 500 mil milhões de euros (coisa pouca pelos vistos). Não é assunto novo para ele, dado que já anteriormente (Paris 2010) tinha defendido abertamente o aumento dos défices públicos, chegando mesmo a afirmar que este aumento tinha permitido salvar o mundo de uma catástrofe económica, e considerando que a prioridade era a recuperação económica e a criação de emprego, defendendo o investimento nas grandes obras públicas como o TGV e o novo aeroporto, e não o pagamento da dívida. Esta semana na sua palestra escudou-se no estafado slogan de que existe uma campanha da direita contra a dívida e contra o Estado Social. Se é uma criancice o pagamento do que se deve, também seria boa altura para lhe lembrar que os grandes investimentos a que dedicou parte da sua governação só nos trouxeram mais endividamento, e representaram um enorme empurrão para a frente nos inevitáveis sacrifícios que estão a ser exercidos sobre os contribuintes. Adicione-se ainda mais as próximas privatizações que estão a decorrer com a consequente venda do que ainda dava lucro em Portugal e que foi conquistada com o suor dos portugueses ao longo de décadas. Sabemos que em política se têm de fazer opções e que não há tempo para arrependimentos. Mas no limite merecemos que este ex- responsável se mantenha calado, para não nos recordar o buraco para onde nos atirou e de o ter cavado ainda maior.
Sobre o Conselho Europeu, mais uma vez aconteceu ter acontecido o acordo possível mas não o suficiente porque o que interessa são números em cima da mesa e os que existem não dá para sossegar os mercados financeiros já que não chega para poder socorrer os Estados que estão em dificuldades na Europa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DEMOCRACIA ASSIM PARA QUÊ?

Vivemos tempos difíceis, não é novidade para ninguém, mas talvez seja novidade para muitos dos actuais portugueses, sobretudo os mais jovens, a percepção de que o poder parece estar a afastar-se do povo. Aquilo a que nos habituámos a chamar de democracia, ou melhor, de “sistema democrático”, parece hoje algo de opaco, restringido a eleições sazonais onde através de um voto, cidadão eleitores são chamados a escolher partidos, que constituem listas com cidadãos para ocuparem cargos do poder. A realidade mostra que cada vez menos cidadãos vão votar, e cada vez mais os eleitos se esquecem de cumprir os programas propostos, pelos partidos pelos quais se fizeram eleger. Tudo isto provoca um descrédito generalizados do tal “sistema democrático” e da representatividade que tem como interlocutores únicos os partidos políticos.
Ajudando a descredibilizar a democracia, surge o poder económico. Um poder que transforma mercados em deuses que determinam a vida das pessoas como marionetas. Um poder que transforma as escolhas democráticas numa espécie de folclore inócuo.
Felizmente que a Igreja parece ter acordado para a sua missão de defesa das pessoas, da sua liberdade de decisão, da dignidade sua vida. A última nota dos bispos portugueses sobre a chamada “crise” deve merecer uma reflexão. Se um povo carregado de história, não tem a quem apelar quando se sente oprimido e violentado na sua dignidade, é preciso que o clero saiba cumprir o seu papel fundamental na defesa da liberdade e da democracia, da verdadeira democracia.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

OS CONSELHOS DE GEORGE SOROS PARA A ZONA EURO

Soros acha que não é tarde demais para salvar a Europa e o euro - mas adverte que o tempo está a esgotar-se e que os líderes da Europa devem mudar radicalmente a sua estratégia para o sucesso. Vamos começar com as más notícias. "Neste momento, a crise atingiu um novo máximo, porque há uma crise governamental sem solução na Grécia e na Itália", disse Soros esta semana de Varsóvia. "Há também uma iminente agravamento da crise financeira, porque todos os esforços para alavancar o FESF e ser executado tem tido dificuldades legais ou técnicas,". "Isso significa que, actualmente, a Europa não tem anel de defesa contra um possível incumprimento grego, e é isso que está a empurrar o mercado em pânico renovado". "Espero que o mercado caia no desespero e pânico e espero que ainda piore." Desespero pode de fato ser a emoção certa, se você aceitar a previsão de Soros do que vai acontecer se os líderes europeus não chegarem à frente dos mercados: "Esta crise é potencialmente maior do que o crash de 2008, porque sobrevivemos em 2008 mas nós ainda não sobrevivemos a este. Existe o perigo de se errar, então você tem um colapso financeiro ". "Se houver um incumprimento desordenado na Grécia, e o resto da zona euro não for isolada do contágio, então você pode ter um colapso, não só do sistema grego financeiro, mas da União Europeia e na verdade do sistema financeiro global porque somos tão interligados. " Tão longe, tão terríveis. Mas Soros tem duas ideias que devem animar-te. Uma delas é sobre a bazuca, e é sobre a mulher mais importante do mundo. A bazuca é a arma financeira da Europa criada para defender economias europeias em dificuldades dos comerciantes cépticos que estão apostando contra eles. Para terminar a crise, a Europa precisa de uma suficientemente grande bazuca para convencer os mercados que fazer uma aposta contra o Frankfurt será inútil - e cara. Até agora, a história desta crise financeira é que os líderes europeus estão constantemente um passo atrás dos mercados: levam um soco pra uma luta de faca, e em seguida, uma faca para um tiroteio - e nunca trazendo a bazuca.
Sabedoria convencional – e o veredicto dos mercados esta semana - é o FEEF de 440 biliões de euros, ou US $ 600 biliões, é uma continuação deste padrão de insuficiência. Soros discorda: "Eles têm realmente a bazuca na mão, desde que a use no caminho certo." Para isso, disse Soros, a Europa deve primeiro reconhecer que a sua bazuca é muito pequena para alcançar directamente e resgatar membros vacilantes da Europa . O fundo de resgate, disse ele, "foi concebido como uma forma de prestação de garantias em títulos do governo, mas para esse efeito, é claramente inadequado. Não pode ser estendido para cobrir a Itália e Espanha." Mas o fundo de resgate é grande o suficiente, achando Soros que, para salvar a Europa de uma diferente maneira diferente. "Ele precisa ser usado para garantir o sistema bancário".
"Isso criaria um emprestador de última instância, que actualmente não existe." O fundo de resgate, continuou, poderia correr o risco de solvência, que está para além do mandato legal do Banco Central Europeu. "E para isso, há uma abundância de dinheiro." Assim, escorados, os bancos seriam capazes de comprar a dívida pública de alto rendimento dos países europeus que estão atualmente a lutarem para encontrarem credores. Os bancos seriam estimulados a manter sua liquidez em títulos do governo, disse Soros, que depois poderiam vender para o Banco Central Europeu, a qualquer momento.
"Então, é o equivalente de dinheiro, e isto renderia mais do que dinheiro, pois eles iriam segurá-lo", disse Soros. "Isso permitiria que países como Itália e Espanha durante este período de crise pedissem emprestado a um custo insignificante." Seu plano, Soros disse, faria a dívida da Itália "sustentável, porque o BCE tem qualquer quantia de dinheiro com o propósito de proporcionar liquidez. Ao mesmo tempo, não iria violar directamente a lei do BCE contra o financiamento dos governos." O plano de Soros é essencialmente uma forma de contornar a falha fundamental económica da Europa: Tem uma moeda única, mas nenhum emprestador de última instância. "É um truque, mas um truque que iria funcionar." A crise europeia tem metástase porque a Alemanha tem sido inflexível sobre o bloqueio precisamente deste tipo de truque. A segunda razão para o optimismo em relação a Soros é a sua convicção de que a Alemanha e o seu líder, a chanceler Angela Merkel - tiveram recentemente uma mudança crucial de coração. “Está inteiramente nas mãos da Alemanha", disse Soros. "A atitude de Angela Merkel mudou. Ela reconhece que o euro está em perigo mortal e está disposta a arriscar seu futuro político para salvá-lo. Eu acho que ela reconhece que a Alemanha causou a crise para sair do controle, e agora está determinada para corrigir isso. " Merkel é muito boa em conseguir o que ela quer", assim fãs da Europa e do euro devem ser um pouco tranquilizados pelo veredicto de Soros. Mas só um pouco. Soros é um vendedor persuasivo do seu plano para salvar a Europa, mas seu comentário mais revelador vem quando eu lhe pergunto o que ele faria se ele estivesse ainda ativamente na negociação. "Eu ficaria sentado em cima do muro como todo o mundo, porque a situação é tão incerta."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PARA QUE SERVEM OS GOVERNOS? A VINGANÇA DO ANARQUISTA

Aqui há tempos havia um enigma. Como podiam os mercados deixar a Bélgica em paz quando este país tinha um défice considerável, uma dívida pública maior do que a portuguesa e, ainda por cima, estava sem governo? Entretanto os mercados abocanharam a Irlanda e Portugal, deixaram a Itália em apuros, ameaçaram a Espanha e mostram-se capazes de rebaixar a França. E continuaram a não a incomodar a Bélgica porquê? Bem, - como explica John Lanchester num artigo da última London Review of Books- a economia belga é das que mais cresceu na zona euro nos últimos tempos, sete vezes mais do que a economia alemã. E isto apesar de estar há 16 meses sem governo.
Ou melhor, corrijam essa frase. Não é “apesar” de estar sem governo. É graças – note-se, graças a estar sem governo. Sem governo, nos tempos que correm, significa sem austeridade. Não há ninguém para implementar cortes na Bélgica, pois o governo de gestão não o pode fazer. Logo, o orçamento há dois anos continua a aplicar-se automaticamente, o que dá uma almofada de ar à economia belga. Sem o choque contracionário que tem atacado as nossas economias da austeridade, a economia belga cresce de forma mais saudável, e ajudará a diminuir o défice e a pagar a dívida.
A Bélgica tornou-se assim num inesperado caso de estudo para a teoria anarquista. Começou por provar que era possível num país desenvolvido sobreviver sem governo. Agora sugere que é possível viver melhor sem ele. Isto é mais do que uma curiosidade.
Vejamos as coisas sob outro prisma. Há quanto tempo não se houve um governo ocidental – europeu ou norte-americano – dar uma boa notícia? Se olharmos para os últimos dez anos, os governos têm servido essencialmente para duas coisas: dizer-nos que devemos ter medo do terrorismo, na primeira metade da década; e, na segunda dizer-nos que vão cortar nos apoios sociais. Isto não foi sempre assim. Guerra Mundial o governo dos EUA abriu as portas da universidade a centenas de milhares de soldados – além de ter feito o Plano Marshal na Europa onde, nos anos 60, os governos inventaram o modelo social europeu. Até os governos portugueses, a seguir ao 25 de Abril, levaram a cabo um processo de expansão social e inclusão política inédita no país. No nosso século XXI isto acabou. Enquanto o Brasil fez os programas “Bolsa – Família” e “Fome Zero”, e a China investe em ciência e nas universidades mais do que todo o orçamento da EU, os nossos governos competem para ver quem é mais austero, e nem sequer pensam em ter uma visão mobilizadora para oferecer às suas populações. Ora, os governos não”oferecem” desenvolvimento às pessoas; os governos, no seu melhor, reorganizam e devolvem às pessoas a força que a sociedade já tem. Se as pessoas sentem que dão – trabalho, estudo, impostos e não recebem nada em troca, o governo está a trabalhar para a sua deslegitimação.
No fim do século XIX, isto foi também assim. As pessoas viam que o governo só tinha para lhes dar repressão ou austeridade. E olhavam para a indústria, e viam que os seus patrões só tinham para lhes dar austeridade e repressão. Os patrões e o governo tinham para lhes dar a mesma coisa, pois eram basicamente as mesmas pesoas. Não por acaso, foi a época áurea do anarquismo, um movimento que áurea do anarquismo, um movimento quea socialista (contra os patrões) e libertário (contra o governo). Estamos hoje numa situação semelhante. Nenhuma boa ideia sai dos nossos governos. E as pessoas começam a perguntar-se para que servem eles.

RUI TAVARES – Historiador.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O MAIOR IMPOSTO QUE PAGAMOS EM PORTUGAL – O PREÇO DOS COMBUSTIVÉIS

Os preços dos combustíveis no planeta...
Eles tomam-nos por idiotas! E, NÓS SOMOS
Bélgica - diesel ? 1,222!
França - diesel ? 1,294!
Azerbaijão - Diesel 0,31 euros
Egipto - Diesel 0,14 Euros
Etiópia - Super 0,24 EUR
Bahamas - Diesel 0,25 EUR
SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Bolívia - Super 0,25 EUR
Brasil - Diesel 0,54 EUR
China - Normal 0,45 EUR......e depois os chineses é que têm culpa do excesso de consumo!!!!! ou nós é que também andamos a pagar para estes?
Equador - Normal 0,24 EUR
Gana - Normal 0,09 EUR!!!!!!!
Gronelândia - Super 0,50 Euros
Guiana - Normal 0,67 EUR
Hong Kong - Diesel 0,84Euros
Índia - Diesel 0,62 EUR
Indonésia - Diesel 0,32 EUR
Iraque - Super 0,60 EUR
Cazaquistão - Diesel 0,44 EUR
Qatar - Super 0,15 Euros
Kuwait - Super 0,18 Euros
Cuba - Normal 0,62 EUR SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Líbia - Diesel 0,08 Euros!!!!!!!
Malásia - Super 0,55 Euros
México - Diesel 0,41 EUR
Moldávia - Normal 0,25 EURSERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Omã - Super mais 0,20 euros
Perú - Diesel 0,22 EUR. SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Filipinas - Diesel 0,69 EUR
Rússia - Super 0,64 Euros
Arábia Saudita - Diesel EUR 0,07 !!!!!!
África do Sul - Diesel 0,66 EUR SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Suazilândia - Super 0,10 ! Euros!!!!! SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Síria - Diesel 0,10 Euros!!!!!
Trinidad - Super 0,33 EUR SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Tailândia - Super 0,65 EUR
Tunísia - Diesel0,49 EUR
EUA - Diesel 0,61 Euros
Venezuela - Diesel 0,07 EUR!!!!!
Emiratos Árabes Unidos - Diesel 0,18 Euros
Vietname - Diesel 0,55 EUR
Ucrânia - Diesel 0,51 EUR
Portugal - Diesel ? 1,405!
É inacreditável, não é? Os países da União Europeia, e os seus Ministros das Finanças, realmente tomam as pessoas por idiotas ... + IVA TIPP + PIT + ISF + IVA + imposto de consumo sobre a extorsão de diversos e variados ...+ ... como somos enganados pelos políticos da Europa (que vivem em grande estilo com o dinheiro dos contribuintes!) .
Hoje a Galp tornou a aumentar os preços com o argumento velho de o barril aumentou, ele verdadeiramente aumenta só que não tanto proporcionalmente ao custo do preço no mercado internacional. Só a título de comparação em 11Jul2008 o barril o preço chegou aos $145 dólares hoje está a $111 e estamos a pagar os combustíveis quase como ao preço ocorrido no pico de 2008 com o gasóleo a atingir quase o preço de 1,5 eur o litro.

ISTO É UM ROUBO AOS PORTUGUESES!

domingo, 13 de novembro de 2011

JIM ROGERS - CONTINGÊNCIA DE CRISE 100% PIOR DO QUE EM 2008

O mundo está definitivamente a caminhar para enfrentar outra crise financeira, decorrente dos problemas na Europa, disse Jim Rogers.
" Certamente estamos a caminhar para mais crises saírem da Europa e América, o mundo está em apuros O mundo tem passado a gastar enormes quantidades de dinheiro que não tem por algumas décadas e agora, e está tudo a voltar para o poleiro da casa ", segundo Rogers, CEO e presidente da Rogers Holdings.
Acrescentou que a crise será muito pior do que o mercado viu em 2008 porque a dívida é muito maior agora.
"Da última vez, os Estados Unidos quadruplicaram sua dívida. O sistema é muito mais extenso agora, e a América não pode quadruplicar a sua dívida novamente. A Grécia não pode dobrar novamente a sua dívida. Na próxima vez vai ser muito pior".
"Em 2002, foi mau, em 2008 foi pior e em 2012 ou 2013 ainda vai ser pior - tenham cuidado".
"Eu possuo várias moedas de papel. Minha teoria é que se as coisas ficarem melhores eu vou fazer dinheiro em commodities, e se elas não melhorarem continuarei a fazer dinheiro em commodities, porque eles vão imprimir mais dinheiro e as acções irão muito para baixo ".
"Eu possuo euros, porque toda a gente está tratando-o tão mal assim como o dólar dos EUA ". Todas as principais moedas estão em péssimo estado, mas ainda espero ganhar dinheiro com elas.
Rogers disse à CNBC que a única solução para a crise era para que todos fossem à falência.”Coloque todos numa sala e decida quem vai à falência. Você vai sobreviver e nós vamos circundar a cerca para você. Vamos certificar-nos dos seus cheques claros. Todos os depósitos do mundo vão ficar bons, o sistema vai sobreviver.
"Mas nós iríamos ter um monte de dor dessa forma e o sistema iria sobreviver porque alguns países incluindo a Alemanha iriam ter credibilidade".
Se a Grécia deixar o euro será um desastre para os gregos, porque eles iriam voltar para as mesmas " formas velhas ".
"Eles iriam começar a imprimir dinheiro. Ninguém iria emprestar-lhes dinheiro. A inflação iria subir para o telhado e a economia grega seria ainda pior e pior. Isso não é bom para a Grécia. Não é bom para o mundo".
"Seria melhor se nós pudéssemos segurar junto o euro e reorganizá-lo. As pessoas estão falidas e quando as pessoas estão falidas é melhor começarmos a enfrentar a realidade. Reorganize os ativos, as pessoas competentes (desejarão) entrar e você começará de novo a partir de um som base ".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ECONOMIA HOJE É UMA REPETIÇÃO DA DÉCADA DE 1930

As verdadeiras taxas de câmbio são desalinhadas e um dos maiores desequilíbrios no mundo e precisam de ser ajustadas, se o mundo desenvolvido quiser voltar para um caminho de crescimento sustentado, disse Andrew Smithers, fundador da Smithers & Co e autor de "Wall Street reavaliada : mercados imperfeitos e incapacidade dos banqueiros centrais ".
Os países que terão o maior sucesso em enfraquecer o valor real das suas moedas "são prováveis que se desenvolvam melhor ou, pelo menos, sofram menos que outros", escreveu Smithers.
"A este respeito, como em noutros aspectos, a economia mundial de hoje é uma repetição dos anos de 1930", escreveu ele.
As moedas do mundo desenvolvido precisam desvalorizar se em comparação com as das economias emergentes, e isto pode ser alcançado por mudanças nas taxas de câmbio nominais ou por diferenças entre as taxas de inflação dos países emergentes e desenvolvidos, de acordo com Smithers.
Porque as mudanças rápidas nas taxas de câmbio nominais ou níveis de preços são perturbadoras, o ajuste terá de vir de inflação muito baixa no mundo desenvolvido, explicou.
Isto deve ser alcançado através da diminuição de preços para os serviços nas economias desenvolvidas, assim como os preços dos itens comercializados internacionalmente, principalmente bens, subirá à medida que as taxas de câmbio reais das economias dos países desenvolvidos decaem.
No mundo desenvolvido, os EUA, Reino Unido e Japão foram imprimindo dinheiro para desvalorizarem as suas moedas e relançarem o crescimento, mantendo as taxas de juro em mínimos históricos, enquanto o Banco Central Europeu não tem permitido imprimir dinheiro e já aumentou as taxas de juros duas vezes este ano.
Qualquer moeda importante - seja ela dólares, euros, que podem desvalorizar contra os outros "dará um relativo crescimento em relação à economia", escreveu Smithers, acrescentando que existe uma necessidade de desvalorizações internas dentro da zona euro.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

COMO ACABAR COM O DÉFICIT EM CINCO MINUTOS SEGUNDO WARREN BUFFET

Na opinião do famoso investidor multimilionário e filantropo Warren Buffet, era só aprovar uma lei que diz sempre que se houver um déficit superior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) todos os membros eleitos para o governo não podem ser elegíveis para reeleição.





terça-feira, 8 de novembro de 2011

SECTOR PRIMÁRIO A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL OU BLUFF?

E de repente ficamos a saber que temos a maior reserva de ferro da Europa, que há interessados credíveis em a explorar, que isso implica obras na modernização do transporte ferroviário abandonado, que os portos de Leixões e Aveiro terão de ter obras de reformulação.
Surge o ouro no Alentejo, o gás natural no Algarve, o petróleo em Peniche, que sabemos agora, não teve apetência empresarial de exploração por duvidosas questões ambientais, levantadas por grupos de pressão favorecidos na sua capacidade de intervenção pela comunicação social.
Ficou claro também, que de repente que a União Europeia aceita a alteração do TGV, para uma via rápida de mista (mercadorias e passageiros) o que transforma o porto de Sines como a principal porta europeia para entrada e escoamento comercial, depois da próxima abertura do canal do Panamá…ficamos a saber também que afinal o porto de Algeciras estava já ligado à Europa através da via ferroviária com bitola europeia e assim percebemos melhor a razão do acordo Ibérico feito pelo governo de Sócrates e as vantagens económicas evidentes que adviriam para Espanha.
Tomamos também agora consciência pública que 1/3 do território nacional está em desertificação acelerada, através do alerta divulgado pelo Observatório Espacial Europeu…se bem que tal facto não tenha tido impacto na nossa comunicação social, porquanto levantaria problemas graves de consciência a políticos no activo. em particular ao senhor Presidente da Republica, responsável primeiro pelo estado lamentável de abandono da nossa actividade agrícola.
O sector primário… minas, energia, agricultura e pescas, é finalmente avaliado ainda apenas por alguns portugueses, como essência para o nosso arranque no caminho do desenvolvimento económico e da eliminação da dependência externa, que nos causou todo este empobrecimento brusco e violento.
A luz ao fundo do túnel é assim este pensamento estratégico, que a crise fez ressurgir.
O erro é hoje evidente…Portugal mesmo integrando uma União Europeia fulgurante no seu desenvolvimento, não poderia subsistir como Nação, preterindo o seu sector produtivo à visão de país eminente prestador de serviços.
A luz ao fundo do túnel é esta visão, triste é certo, de ouvir os “carrascos” da nossa produção agrícola e industrial, a falarem hoje na necessidade de consumir produtos nacionais.
Ainda haverá um largo caminho a percorrer para que esta pequena luz, ilumine os espíritos de políticos, sindicalistas e dirigentes patronais, que teimam a esquecer o pensamento económico estratégico, pois persistem em se manter bloqueados na exclusiva premissa do aumento da produtividade empresarial.
Os interesses particulares e de grupos corporativos, dominam ainda a mentalidade geral da economia portuguesa…os ganhos de produtividade estão bloqueados pela mentalidade sindical dominante, pela burocracia estatal, pelo enquadramento jurídico e pela ineficácia judicial. Muito tempo haveria que esperar pelas reformas essenciais que alterassem este enquadramento…mas o pensamento dominante persiste em acreditar que esta é a principal premissa do desenvolvimento.
Essa, e a injecção de dinheiro na economia…dinheiro emprestado e não criado.
É aqui, que está a verdadeira luz ao fundo do túnel…eliminar a nossa dinâmica de endividamento externo…pagar as nossas dívidas com dinheiro criado através da exploração dos nossos recursos naturais…sector primário.
Teremos ainda capacidade humana disponível para os sacrifícios inerentes à actividade mineira, à agricultura e às pescas?
Esta dúvida coloca-se no meu espírito, mas tenho esperança que o sofrimento que hoje muitos já sentem também irá ocasionar uma outra mudança na mentalidade dos portugueses…não é possível continuar a beneficiar dos direitos, sem deveres e esforço.
O Ministro da economia anunciou como provável o maior investimento de sempre realizado em Portugal através da cedência de exploração das minas de Moncorvo…há muitos outros projectos e finalmente Portugal começa a entender as suas próprias potencialidades.
O porto de Sines tem mais condições que o porto de Algeciras…o “papalvo” já fugiu para Paris.
A esperança de voltarmos a ter esperança, veio associada a esta crise e a mudança que ela determinará na nossa mentalidade será a condição determinante para que a nossa saudade do passado histórico se atenue, perante a luz que se alguns já visionam ao fundo do túnel.

José J. Monteiro Lima Andrade

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A REALIDADE DESTE PAÍS! - SALÁRIO MÍNIMO SUBIU 2,44 EUROS POR ANO DESDE 1974 E PENSÕES DE VELHICE APENAS 38 EUROS NOS ÚLTIMOS 26 ANOS

Segundo a Pordata comparando a evolução do salário mínimo e das pensões mínimas de invalidez e velhice desde 1974 até 2010, e descontando o efeito da inflação, constata-se que hoje em dia os benefícios desses apoios sociais auferem apenas mais 88 euros e 38 euros respectivamente.
Nesse mesmo ano de (2010), correspondia a 15% da população portuguesa o número de pensionistas de invalidez e velhice da Segurança Social com pensões inferiores ao salário mínimo, o que significa que perto de um milhão e meio de pessoas estavam nessa situação. Além disso, existia mais e meio milhão de pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção, das quais quase metade 47% com menos de 25 anos.
A Pordata revela ainda que em 2009 (últimos dados disponíveis) Portugal era o quarto país da União Europeia (EU) com maiores desigualdades de rendimento entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que o rendimento dos mais ricos era 6 vezes superior ao dos mais pobres (a média europeia era de 5).
Dados relativos ao mesmo ano, demonstram que mesmo após as transferências sócias, quase uma em cada cinco pessoas (17,9%) era pobre; 37% dos agregados só constituídos por um adulto com uma ou mais crianças; e 33% dos agregados só com idosos, também viviam em situação de pobreza. Em apenas quatro anos (de 2005 a 2009), Portugal passou do 17º para o 9º país com a taxa de risco de pobreza mais alta da EU, isto apesar de essa taxa ter diminuído após transferências sociais. Sem as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em Portugal seria cerca do dobro do que é actualmente, revela ainda a Pordata, esclarecendo que em Portugal é pobre quem vive com um rendimento mensal (por adulto) próximo dos 400 euros.
A propósito também do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, recorda que em 2010 aumentaram os desastres naturais, mais de um bilião de pessoas (uma em cada sete) passavam fome e 200 milhões sobreviviam sem emprego.
Estes dados constam de um relatório “The World We Want” que a organização acabou de lançar em simultâneo em mais de 20 países. O relatório, que contou com contribuições oriundas de centenas de organizações de 35 países do mundo, recorda que muitas pessoas que vivem em pobreza são de países de rendimentos baixos, mas também, e cada vez mais, de países de rendimentos médios, “ o que altera a forma como se concebe a ajuda ao desenvolvimento. O espaço democrático está a ser restringido com a entrada em vigor de leis que progressivamente ameaçam os direitos civis e políticos”, mas “as insurreições democráticas em todo o mundo, estão a abrir caminho para a auto-determinação dos povos”, afirma a Oikos num comunicado, acrescentando que “as pessoas estão fartas da pobreza e de alimentar os ditadores”. Por isso, recorda que hoje em dia os povos conjugam formas tradicionais de se organizarem, com outras novas tecnologias como o Facebook e o Twitter.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NA EUROPA O MISERAVÉL PMI (purchasing managers’ índex) AUMENTA RISCO DE RECESSÃO SEGUNDO A OPINIÃO DE ECONOMISTAS

Os receios de uma recessão aumentaram na Europa na passsada segunda-feira, seguindo pior do que o esperado os dados compostos do PMI da zona do euro, com quedas grandes ambas vistas tanto no fabrico e serviços.
O famoso economista Nouriel Roubini escreveu no Twitter depois de os dados saírem de que os políticos da zona do euro tem um "inferno-dobrado para cometerem um harakiri crescimento" com a "engenharia financeira sem crescimento em breve vai levar a incumprimentos da zona euro e quebrar".
O Market Flash Eurozone Purchasing Managers Index (PMI) - que mede a actividade de negócios em milhares de empresas de bancos e restaurantes - caiu para 47,2 neste mês de 48,8 em Setembro, bem abaixo de um consenso de 48,5 dos economistas consultados pela Reuters.
A manufacturação do PMI da zona do euro caiu para 47,3 em Outubro, seu nível mais baixo desde Julho de 2009, com a fabricação alemã em queda pela primeira vez em dois anos por causa de uma combinação de quedas na produção, novas encomendas e reservas de trabalho.
A queda do PMI na zona do euro "reflete a queda acentuada em ambos os índices de produção e serviços, sugerindo que a deterioração das perspectivas de crescimento reflectem a evolução tanto em casa como no exterior", Ben May, economista europeu da Economist Capital, escreveu numa nota de mercado.
"Na forma do passado, o cabeçalho do título é agora consistente com uma contração trimestral do PIB de cerca de um por cento", acrescentou May.
Há ainda uma possibilidade de que no terceiro trimestre o produto interno bruto mostre uma "pequena figura positiva", mas o "crescimento negativo agora parece difícil escapar no quarto trimestre", Peter Vanden Houte economista da ING escreveu num relatório de mercado.

Derrame aberto para 2012

Isso provavelmente vai se espalhar em 2012 e a ING reduziu as suas estimativas de crescimento para apenas 0,5 por cento para o próximo ano.
" Tudo isto em todos é um relatório miserável, destacando o fato de que a zona euro está a cair em recessão novamente. O progresso como o caracol na resolução da crise da dívida europeia é pouco provável que altere esse quadro em breve", escreveu Vanden Houte.
Vanden Houte disse que o "parecido caracol" no progresso das negociações era improvável para alterar o panorama sombrio para a economia.
"Felizmente, por causa da atividade em declínio, as pressões inflacionárias parecem ter atingido o pico", acrescentou. "Isso deve abrir a porta para o corte de 50 [pontos base] da taxa do BCE corte no primeiro trimestre do ano que vem na parte de trás de um crescimento mais pessimista e previsões de inflação do BCE em Dezembro."

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O QUE SE DEVE CORTAR EM PORTUGAL!

Cá vai um importante contributo, que o Ministro das Finanças não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não sabe em que mais cortar.
Acabou o recreio e o receio! Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.
... Nenhum governante fala em:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-presidentes da República.
2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados?
6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.
7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.
8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.
9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.
10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...
11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.
12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.
13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.
14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.
15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes às oligarquias locais do partido no poder.
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.
17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.
18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.
19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.
20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.
21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.
22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).
23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.
24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".
25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;
26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária para que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".
27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.
28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.
30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Jorge Alexandre Pinheiro

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOURIEL ROUBINI - UNIÃO EUROPEIA DEVE FAZER UM VASTO TARP( TROUBLE ASSET RELIEF PROGRAM) COMO RESPOSTA À CRISE

POR OUTRAS PALAVRAS O GOVERNO DA UNIÃO EUROPEIA DEVE COMPRAR ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ACTIVOS E PATRIMÓNIO PARA FORTALECER O SECTOR FINANCEIRO COMO OCORREU EM 2008 NOS EUA, POR CAUSA DA CRISE DO SUBPRIME.



domingo, 23 de outubro de 2011

EUROPA PERTO DE ACORDO COM BANCOS

Os líderes europeus estão próximo de um acordo sobre um plano que iria ver os bancos da região levantarem cerca de 100.000.000.000 € (US $ 139 biliões) em capital novo.
O plano de recapitalização dos bancos é o pedaço mais fácil de um negócio de três pontas que os 17 países da zona do euro estão a esperar para chegar durante as reuniões, que começaram hoje e vão continuar pelo menos até quarta-feira. Restam desacordos sobre as outras duas medidas, medidas para aumentar o poder de fogo do fundo do bloco de resgate € 440.000.000.000 e, criticamente, para lidar com espiral de dívida pública da Grécia através de uma reestruturação complexa.
Um funcionário da UE disse que a meta foi de € 107 biliões, enquanto dois outros disseram que seria de € 108 biliões. A ideia é usar o dinheiro para levantar uma chave medida no capital dos bancos para 9%. Ela aplica-se significativamente a cerca de 90 bancos.

Ainda há questões pendentes, tais como quanto ao desconto dos títulos do governo da zona euro títulos na avaliação. Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que a Espanha insistiu que nenhum desconto será aplicado aos seus títulos, enquanto outros têm empurrado para cerca de 2%. Segundo as regras actuais, os bancos da zona do euro podem assumir que os possuidores na zona do euro de investimentos em títulos do governo (obrigações) são livres de risco.
As três questões - Grécia, o fundo de resgate e o plano bancário estão intimamente ligados. O tamanho da recapitalização depende em parte dos governos como um haircut (corte percentual no valor de um activo que está a ser dado como garantia) que exigiria dos credores privados da Grécia. Quanto maior o haircut, maiores as perdas que os bancos europeus poderiam sofrer. E a capacidade dos governos de ligarem a lacuna nos balanços dos bancos dependerá do poder de fogo do fundo, chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, uma vez que os governos que não podem arcar a recapitalização por conta própria podem virar para o fundo.
Sobre a Grécia, os líderes europeus estão definidos para pedirem aos bancos para tomarem uma significativa redução das suas participações, uma divergência de um plano alcançado em 21 de Julho que chamou para perdas relativamente modestas.
A posição esclarecida da deterioração fiscal da Grécia num relatório entregue por inspectores do resgate na sexta-feira mudou a situação. Altos funcionários do governo da zona do euro, disseram neste domingo o alcance de uma discussão sob a mesa estava entre 40% e 60%.
Um funcionário do governo grego disse que também existe conversação sobre como prolongar o período de reembolso, e corte na taxa de juros, dos empréstimos concedidos por outros governos da zona do euro, como parte do primeiro resgate grego originalmente acordado em Maio de 2010.





Este artigo foi retirado parcialmente do wall street journal

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

JIM ROGERS - EXPERIÊNCIA DE ESTAGFLAÇÃO DOS EUA É PIOR QUE EM 1970

A economia dos EUA é provável experimentar um período de estagflação pior do que na década de 1970, o que causaria o prego no juro das obrigações, disse o touro das commodities Jim Rogers. Os governos têm mentindo sobre o problema da inflação e a recente reunião do Tesouro é uma bolha.
"Com os números da inflação a piorarem e com os governos a imprimirem mais dinheiro os governos têm de emitir muitos, muitos mais títulos. Nalgum lugar ao longo da linha chegamos ao ponto em que (os preços das obrigações) descem"
Entre 1974 e 1978 a inflação média nos EUA estava a menos de 8 por cento, enquanto o desemprego atingiu um pico de 9 por cento em Maio de 1975. Actualmente, o desemprego está em 9,1 por cento enquanto o IPC (inflação) é de 3,8 por cento.
Rogers acredita que a inflação vai ficar muito pior neste momento porque, segundo ele, na década de 1970 apenas o Fed estava a imprimir dinheiro, ao passo que agora muitos bancos centrais mundiais estão a facilitar a política monetária.

O ponto de vista de Rogers está em desacordo com os outros, como o economista Nouriel Roubini, que têm falado sobre uma depressão. Outros economistas disseram que os EUA estão a enfrentar uma "folha balanço recessiva", como o Japão fez nos anos 1990, o que significa riscos nos EUA de um longo período de queda dos preços e valores dos activos.
No caso do Japão, apesar da flexibilização maciça da política monetária, os juros dos títulos do governo continuaram a cair. Na sexta-feira, a 10 anos de rendimentos atingiram perto de apenas 1 por cento. Mas Rogers está convencido de que a experiência nos EUA será diferente da japonesa.
"A diferença é quando o Japão teve o problema eles eram a maior nação credora do mundo, agora a América é a maior nação devedora - e não apenas no mundo - mas na história do mundo e o dólar dos EUA tem sido - e é reserva do mundo em moeda. Então, existem alguns fatores que podem não manter a taxa de juros para baixo nos EUA "
Desde Julho, no prazo de 30 anos do Tesouro os rendimentos caíram de 4,36 por cento para 3,15 por cento. Os preços dos títulos e os rendimentos movem-se inversamente.
Há ainda um risco para economia dos EUA disse Rogers que quando há uma bolha, como o que está a acontecer nos títulos do Tesouro EUA, os preços podem subir por longos períodos de tempo, mas o mesmo acabará por cair.
"Bernanke está obviamente a voltar novamente ao mercado e a Reserva Federal tem mais dinheiro do que a maioria de nós. Eles estão a provocar que a bolha ainda fique pior.
"Eu não aconselharia ninguém a comprar títulos, gostaria de aconselhá-lo a vender títulos", disse ele. "Se eu fosse gerente de uma carteira de títulos, gostaria de obter outro emprego."
"Na década de 70 você não fez muito dinheiro em acções, você fez fortunas em possuir commodities", acrescentou.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MOHAVE OIL & GAS JÁ INVESTIU EM PORTUGAL 49 MILHÕES DE EUROS PARA ENCONTRAR PETRÓLEO

A companhia canadiana Mohave Oil & Gas decidiu investir 49 milhões de euros para encontrar hidrocarbonetos em Portugal, disse o director geral da empresa, o português Arlindo Alves. De capitais canadianos a Mohave Oil & Gas opera em Portugal há 18 anos e dispões de cinco concessões de prospecção: três ‘onshore’ (de perfuração em terra), em Aljubarrota, Rio Maior e Torres Vedras e duas ‘offshore’ (no mar), São Pedro de Moel e Cabo Mondego. Segundo o director geral, este investimento integra intervenções a realizar nas cinco concessões.
O responsável sublinhou, no 26º dia de prospecção no mar, “que as operações estão a correr muito bem” e que” é difícil” que os dados recolhidos não confirmem a existência de petróleo na costa portuguesa.
Esta operação que decorreu no mar até meados de Setembro envolveu uma embarcação que reboca dez cabos submergidos com seis quilómetros de comprimento e cem metros de distância entre cada um deles (um quilómetro de largura total). O objectivo é perceber onde existe petróleo e que zonas podem ser perfuradas.
Estes cabos são capazes de, através de sensores, assinalar a leitura do choque de ondas sonoras, previamente enviadas, com a superfície do oceano.
Desta forma, os geólogos e geofísicos passam a conhecer as formações rochosas no subsolo do leito marinho e dizer onde “perfurar”.
Para que a operação resulte, o navio tem de navegar a uma velocidade constante (sem pausas). No entanto é importante contar com impedimentos que possam surgir, como por exemplo, a existência de vento ou de ruídos exteriores de outras embarcações.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

FIM DO PARQUE EXPO AMEAÇA AGRAVAR O DÉFICE

O “Diário Económico” escreve que a extinção do Parque Expo ameaça somar 341,5 milhões de euros ao défice orçamental deste ano. A forma de evitar este rombo nas contas públicas implica tempo para encontrar compradores para os activos da empresa. Contudo, esperar demasiado pode levar o grupo a uma situação em que as regras de contabilidade aplicadas por Bruxelas obrigam a incluí-lo, de qualquer forma, nas contas do défice. O dilema do governo é que acabar com o grupo Parque Expo pode revelar-se uma dor de cabeça, mas mantê-lo pode não ser a melhor solução. A empresa fechou o ano com activos avaliados em 261,5 milhões de euros e um prejuízo de 6,2 milhões de euros. Se a empresa fosse extinta tal como está, não seriam apenas os prejuízos anuais a entrar no défice, mas também o valor dos activos, ao preço de mercado, uma vez que na prática, extinguir a empresa seria assumir que as administrações públicas compraram os seus bens, sendo por isso necessário registar a correspondente despesa (261,5 milhões de euros) no défice deste ano, apurou o jornal, mas este valor seria preciso para acrescentar quase 80 milhões de euros, porque o grupo Parque Expo está em situação equivalente a falência técnica, já que os seus passivos são superiores aos activos. Os capitais próprios são negativos em quase 80 milhões de euros por isso, para extinguir a empresa será preciso um aumento de capital por parte do Estado nesta ordem de grandeza, o que eleva a factura para os tais 341 milhões de euros, colocando em causa a meta do défice.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MAIS UM "BURACÃO" PARA ANDARMOS A PAGAR NO CAMPUS DA JUSTIÇA

O Ministério da Justiça paga pela gestão do condomínio de 10 edifícios do Campus de Justiça, instalado no espaço da Expo 98 desde Junho de 2009, mais de 3,2 milhões de euros por ano. Entre gestão de condomínio e renda mensal pela utilização de 10 edifícios, a despesa anual com o Campus de Justiça ascende a 15 milhões de euros.
Os custos com a gestão do condomínio do Campus de Justiça estão consagrados, segundo apurou o CM, no contrato que regula a utilização dos edifícios onde foram instalados vários serviços judiciais. No essencial, a verba destinada a despesas de gestão do condomínio, ultrapassa 3,2 milhões de euros, é aplicada na limpeza das zonas comuns, segurança, manutenção de elevadores e ar condicionado.
O ex ministro da Justiça Alberto Costa foi o grande defensor da instalação da cidade judiciária no espaço da Expo 98. O antigo governante chegou a admitir que, “embora haja custos derivados da modernidade e da envergadura desta solução, haverá benefícios que serão largamente compensados pela qualidade dos serviços e novas condições de trabalho para os funcionários.”
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, prepara-se para denunciar mais de 40 contratos do Ministério da Justiça com entidades externas. Ao que apurou o CM, na base desta decisão estará a constatação de que as condições contratuais serão prejudiciais para o Estado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SE OCORREU NO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO O QUE IRÁ ACONTECER NA EUROPA?

Num sinal sombrio da natureza duradouro da crise económica, os rendimentos das famílias diminuíram mais nos dois anos após a recessão ter acabado do que aconteceu durante a recessão. Entre Junho de 2009, quando a recessão terminou oficialmente, e Junho de 2011, ajustada à inflação o rendimento médio caiu 6,7 por cento, cerca de $ 49,909 dólares. Durante a recessão de Dezembro de 2007 a Junho de 2009, o rendimento familiar caiu 3,2 por cento.
A descoberta ajuda a explicar o porquê das atitudes dos americanos para com a economia, com a direcção do país e para os com os seus líderes políticos continuarem a azedarem mesmo que a economia venha a crescer. Infelicidade e raiva passaram a dominar a cena política, incluindo as fases iniciais da campanha presidencial de 2012.
A queda total de 9,8 por cento no rendimento desde o início da recessão até Junho deste ano, o mês mais recente no estudo, parece ser o maior em várias décadas, segundo dados dos Censos dos EUA. Gordon W. Green Jr, que escreveu o relatório com John F. Coder, chamaram ao declínio "uma redução significativa no padrão de vida americano".
Essa redução ocorreu mesmo com a taxa de desemprego a cair ligeiramente, para 9,2 por cento em Junho em comparação com 9,5 por cento dois anos antes. Duas forças principais parecem ter pressionado a remuneração: o número de pessoas fora da força de trabalho - sem trabalho, nem à procura de trabalho – ter aumentado, e o pagamento por hora de pessoas empregadas não conseguir acompanhar a inflação, com os preços dos derivados de petróleo e muitos alimentos terem saltado.
Durante a recessão, por outro lado, os ganhos salariais superaram inflação.
Uma das razões do pagamento ter estagnado é que muitas pessoas que perderam seus empregos durante a recessão e permaneceram fora do trabalho por meses, têm levado cortes salariais, a fim de serem contratadas novamente. Num estudo separado, Henry S. Farber, professor de economia na Universidade de Princeton, descobriu que as pessoas que perderam seus empregos durante a recessão e mais tarde encontraram trabalho novamente faz uma média de 17,5 por cento menos do que eles quando tinham os seus empregos antigos.
"Como um economista do trabalho, eu não acho que a recessão acabou", disse Mr. Farber. "Quem perde emprego está a ter mais problemas do que nunca antes de encontrar empregos de tempo integral."
Mr. Farber acrescentou que esta recessão era "fundamentalmente diferente" da maioria dos anteriores. Historicamente, dizem outros economistas, as crises financeiras e de dívida causadas por bolhas levaram a uma recessão mais profunda e mais prolongada.
Mr. Green e Mr. Coder disseram que a taxa de desemprego persistentemente elevada e a longa duração do desemprego ajudam a explicar o declínio no rendimento durante a recuperação.
Os economistas disseram que a recessão terminou em Junho de 2009. Em todos os trimestres desde então, a economia cresceu.
Alguns economistas vêem sinais de que os Estados Unidos podem estar dentro ou prestes a entrar numa nova recessão, embora a evidência seja mista.

Este artigo foi retirado parcialmente do The New York Times

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DÍVIDAS DE CLUBES PAGAM SERVIÇOS

O Instituto do Desporto de Portugal (IDP) desviou dois milhões de euros de receitas do Plano Mateus que eram devidas à secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF), para pagar a fornecedores. A somar a isso, as dívidas não contabilizadas do IDP ascendem a 6,78 milhões de euros.
Segundo apurou o CM, desde Janeiro de 2010 que o IDP não transfere para a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais as verbas que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa remete mensalmente, relativas à promoção e desenvolvimento do Futebol, através dos jogos sociais. Dessas receitas, 80% destinam-se ao pagamento das dívidas fiscais dos clubes de futebol.

domingo, 9 de outubro de 2011

O NARCISISMO DO MEU PAÍS

Portugal tem uma população muito trabalhadora mas economicamente ineficiente. O maior problema da sociedade portuguesa está no facto de ter uma classe média acomodada e presunçosa com falta de espírito empreendedor, geralmente colada ao Estado e a burocracias ineficientes. Em nome do progresso, o povo foi submetido a um ritmo de mudança tal que perdeu a visão geral dos problemas, entrando num processo desorientação e numa despersonalização que se expressa no exagerado consumo de antidepressivos em relação a outros países. Encontramo-nos perante um país com um Estado cobaia sempre a importar novos conceitos mas sem tempo para os digerir nem para desenvolver conceitos próprios com base na própria experiência (isto pude constatá-lo durante 30 anos nas formações anuais do Ministério da Educação – uma semana por ano). A vida dura leva-o a sonhar: ir ao shoping, ver futebol não restando tempo para ler.
Enquanto países como a Alemanha se preocupam em receber imigrantes qualificados para as suas empresas, Portugal fomenta a emigração duma juventude sem lugar para ela na sociedade. Como emigrantes, os portugueses, são bons camaradas e ao mesmo tempo amigos do patrão. Enquanto os portugueses no estrangeiro aforram, na terra gastam mais do que produzem. Os não emigrados, julgando que os “emigrantes” ganham o dinheiro sem suor, vêem-nos de resvés. A inveja não suporta outros de cara lavada.
A assimetria no desenvolvimento de maiorias e minorias fomenta a inveja. Uma política partidária narcisista tem acentuado o problema. Enquanto na França há 1,99 crianças por mulher, na médias dos 27 países da EU 1,58, Portugal consegue, com 1,32 por mulher, ser na Europa, o país que menos filho gera. Portugal ainda os poucos filhos que tem obriga-os a emigrar, não criando espaço económico para eles. Sangra-se. Paulo Morgado denuncia, com objectividade, Portugal com um Estado colosso como um polvo que tudo abafa não permitindo concorrência na vida económica e cultural portuguesa. “O mercado português ainda se move mais pela parte relacional do que pela competência”. Isto podemos constatá-lo desde a administração pública às Câmaras Municipais, onde há chefes de si mesmos (sem um mínimo de pessoal a administrar) com projectos artificiais (para colocar amigos).
O Estado não se tem preocupado com política familiar, castigando quem tem filhos; não se tem preocupado com o fomento de empresas pequenas e médias, aquelas que poderiam criar emprego e produção portuguesa. Cada um, onde está faz por si. Na arena pública da nação são constantes os discursos políticos; a discussão económica tem sido pouco séria, muitas vezes apresentada sob uma perspectiva de autodefesa ou de culpabilização dos outros. As empresas e o discurso cultural encontram pouco espaço na discussão pública.A classe política, na sua incompetência da gestão pública, desqualificou-se ao deixar chegar o país à beira da insolvência.

A via para sair da crise será “o saber de experiência feito”

“Porque é sono o não saber”, constatava já Fernando pessoa.As instituições não têm assumido responsabilidades. Os problemas políticos, sociais e económicos, são em geral discutidos nos Media sob uma perspectiva político-partidária, o mesmo se dando no parlamento. Nota-se falta de competência económica, no discurso nacional. Muito discurso é meramente teórico sem experiência adquirida nas empresas e nos laboratórios das universidades. Muitos dos assessores têm apenas um curso universitário e o cartão do partido. Perdemos o ideal que pautava os arquitectos dos nossos descobrimentos: “o saber de experiência feito”.
Seria esclarecedor da situação se ocorresse um estudo sobre a proveniência profissional dos deputados com acento no parlamento: quantos são empresários, quantos provenientes do serviço público, quantos ecónomos, engenheiros, juristas, pedagogos, médicos, etc. Assim se saberia os modelos de pensamento que dominam o parlamento. Daí se poderia concluir da sua competência económica e social. O jogo de xadrez do poder político cada vez descarrega mais figuras políticas na liderança de grandes empresas de relevo nacional. A objectividade cede a interesses encostados às burocracias. Um tal sistema fomenta um espírito providencialista e parasita. Um bom tema de doutoramento seria uma investigação séria sobre as grandes empresas nacionais e o número de quadros vindos da política.
Já chega de “português para inglês ver”. Em Portugal Tudo fomenta um narcisismo latente na administração e na sociedade. O sistema fomenta a ascensão de pessoas narcisistas como se pôde verificar no currículo de Sócrates. Exagerado senso de auto-estima sob o substrato duma realidade deprimente. Ciumentos estão sempre prontos a dar a culpa aos outros e com dificuldades de relações pessoais autênticas concentram-se, por isso na sua carreira: os fins justificam os meios. Geralmente, pessoas que se encontram à frente do pelotão não sentem empatia pelos outros. Em vez da empatia têm um sentimento de grandiosidade sem limites. Querem admiração sem crítica, não se importando, a nível prático, com a exploração dos outros. O que conta é dinheiro, poder e prestígio. No mercado das opiniões, sentem-se vítimas colocando os outros no lugar do transgressor.

Vive-se uma vida ad hoc. Quem não produz mais que consome age contra a natureza! Já David Hume constatava que “não é a razão que nos orienta na vida mas o hábito”. Daí a necessidade de vozes da consciência nacional que chamem a atenção do perigo da inércia, o perigo dum hábito irreflectido em que tem vivido toda a nação: uns da cópia e os outros da imitação. Por isso a primeira exigência que se coloca a um cidadão formado é ser um cidadão céptico mas consciente de que a crítica esconde a desilusão. Não se pode continuar a viver segundo o lema: já que não se tem o que se quer, aceita-se o que se não quer. Na sociedade portuguesa por onde quer que nos movimentemos tropeçamos no narcisismo. As ondas do narcisismo que emanamos são tão perigosas como as ondas de radioactividade atómica.A primeira república portuguesa rendeu-se ao estrangeiro, a actual também. O futuro está nas nossas mãos de cidadãos! Portugal ou acorda agora ou quando acordar já não é Portugal.

António Duarte da Cunha Justo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AJUDA AOS POBRES CAI PARA METADE

A ajuda aos pobres obtida através do Fundo Social Solidário é cada vez menor. A crise e o desemprego levam a que o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio de Fonseca, tema que os donativos venham a diminuir ainda mais.
Segundo os números divulgados pela Cáritas, entre Setembro de 2010 e Fevereiro deste ano foram recolhidos 477 mil euros. Nos seis meses seguintes, as receitas desceram para 194 mil euros.
Para o Presidente da Cáritas, a queda dos donativos acontece porque “as pessoas possuem cada vez menos para dar”, não representando menos espírito solidário. “Na última campanha, pedi que quem pudesse entregasse 10% do subsídio de férias para ajudar os mais carenciados. Infelizmente, no subsídio de Natal não vamos fazer um pedido idêntico, porque parte dele será destinado ao imposto extraordinário”.
O fundo perdeu já 323 mil euros, canalizados para ajudar cerca de 3.000 pessoas. A maior parte da ajuda foi para despesas com habitação.
OS DESEMPREGADOS LIDERAM PEDIDOS DE APOIO SOCIAL. A maioria das famílias que recorrem ao Fundo Social Solidário é constituída por pais de meia-idade e crianças, referiu Eugénio da Fonseca. “ O motivo pelo qual pedem ajuda é que um dos membros ou mesmo os dois, estão desempregados e não conseguem fazer face às despesas, em particular com a habitação”, acrescentou. O Fundo já distribuiu 323 mil euros, 34,6% dos quais para pagamento de rendas em atraso. Facturas de electricidade em dívida representam 13%.
MORAL DA REALIDADE:
Os pobres que ajudavam outros pobres estão eles também neste momento a passar grandes dificuldades. Os ricos não podem ajudar sob pena de também ficarem “pobres”, mas quando o povo não tiver, também lhes vai tocar e, quando isso acontecer vai ser muito duro.