terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O PERIGO MADE IN CHINA

A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China. Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso? Actualmente? Ninguém! Agora é só aproveitar e aproveitar! E depois como será para os nossos filhos? JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões...A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reacção é impressionante. Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas, com preços que são uma fracção dos praticados aqui. Uma das fábricas está a mudar-se para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares. Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefício. Estamos perante uma escravatura amarela e alimentamo-la. Horas extraordinárias? Na China? Esqueça!O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendoque não vão receber nada por isso. Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa. Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia de "poder" para ganhar o mercado ocidental. Os chineses estão a tirar proveito da atitude dos 'marketers' ocidentais, que preferem terciarizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de valor": a marca.
Dificilmente você adquire actualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos daAmérica um produto "made in USA". É tudo "made in China".As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares.Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço. Mesmo ao custo do fecho das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que pode-se chamar de "estratégia preço … nhenta". Enquanto os ocidentais terciarizam as tácticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas tácticas, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo. Enquanto as grandes potências mercado lógicas que ficam com as marcas, com o design...suas marcas, os chineses estão a ficar com a produção, assistindo, estimulando e a contribuir para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais. Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de ténis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentarem os seus preços, produzindo um "choque da manufactura", como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde de mais. Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poder chinês. Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo. Dragão este que aumentará gradualmente os seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, pois terá o monopólio da produção. Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os "preço … nhentos".Iremos, nós e os nossos filhos, netos... assistir a uma inversão das regras do jogo actual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atómica... chinesa.
Na altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.Nesse dia, os executivos "preço … nhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos reformados jogando cartas na praça da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados. E então lembrarão, com muita saudade, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas- referência " aos seus conterrâneos. E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas. REFLITAM E COMECEM A COMPRAR JÁ OS PRODUTOS DE FABRICO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO NO SEU PAÍS, PELA SOBREVIVENCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA... E DOS SEUS DESCENDENTES.
Artigo de Luciano Pires director de marketing da DANA e Professional de comunicação

1 comentário:

  1. O fenómeno descrito acima é uma consequência do capitalismo. Se tivermos dois produtos semelhantes (ou mesmo tecnicamente iguais) vamos comprar o que custar menos - seja ele chinês ou português. O facto de os chineses conseguirem fabricar os mesmos produtos a um preço mais barato devido aos custos mais baratos de mão de obra, é outra questão. Enquanto houver chineses satisfeitos com o seu salário não podemos fazer nada quanto a isso... é a lei da oferta e procura - neste caso de emprego. É preocupante que os chineses estejam a ficar com a riqueza (que em última analise são as fábricas e a capacidade de produção) porque esta se está a tornar "economicamente insustentável" nos países ocidentais. Os chineses estão a ser inteligentes, enquanto as companhias com base na Europa e nos Estados Unidos tentam fazer um lucro rápido à custa dos empregos da população os chineses aproveitam a nossa tecnologia para eles próprios. Por muito que se peça à população para consumir os bens produzidos localmente mesmo sendo mais caros, há sempre uma grande percentagem da população que sendo pobre, não se pode dar a esse luxo, e vai comprar o que for mais barato - é uma questão de sobrevivência. Essa não é a solução. Pessoalmente acredito que a solução está numa mudança de paradigma. Temos que repensar a nossa economia e a nossa distribuição de riqueza. Temos de começar a dar prioridade à nossa própria sustentabilidade como sociedade e como país. Este blog está repleto de maus exemplos dados pelos nossos governantes/pessoas com cargos de alta responsabilidade. Acho que a solução passa pela responsabilização cívica e/ou penal dos nossos governantes e das pessoas em cargos de alta responsabilidade. Temos que acabar com a demagogia, temos de ser concisos e directos e de resolver os nossos problemas para o bem comum.

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