domingo, 3 de abril de 2011

CORTE DE RATING DA S&P (STANDARD & POOR´S) A PORTUGAL

Standard & Poor's desceu os ratings de crédito da Grécia e de Portugal. Os gregos e Portugueses podem agradecer aos seus pares da zona do euro. O corte da S & P reflecte o nervosismo sobre o novo mecanismo de Estabilidade Europeu, que irá substituir o fundo de resgate já existente, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira em 2013. Aqui está o porquê: O ESM tem não dois novos recursos no EFSF. Em primeiro lugar, a UE analisará se um país é insolvente antes do empréstimo ao abrigo da ESM, se for, os credores do sector privado do país deverão ter uma margem de prorrogação "adequada" diante de um resgate. Em segundo lugar, os empréstimos do ESM vão ter precedência sobre as obrigações regulares do país. Diz a S & P (sobre a Grécia): Acreditamos que o referido nas pré-condições da ESM, no contexto da dívida pública da Grécia precisa de grandes dívidas, e irá prejudicar os planos da Grécia para retomar a empréstimos comerciais, até meados de 2013, quando a actual UE / programa oficial do FMI de apoio financeiro terminar e aumentar a probabilidade de reestruturação da dívida. A agência de classificação é um pouco mais comedida sobre Portugal, afirmando que Lisboa "pode ser capaz de obter financiamento do ESM sem uma reestruturação da sua dívida existente em 2013," se conseguir "colocar a trajectória da dívida pública num caminho sustentável". (Portugal, naturalmente, ainda não pediu uma ajuda, mas a S & P diz que é "provável" Portugal vir a fazer isso.) A Grécia foi cortada em duas posições para BB-, que é bem em de território lixo. E Portugal foi cortado num ponto para BBB-, o menor grau de investimento. Desde que a ESM foi lançada no ano passado, os políticos têm sugerido que os credores privados podem acabar por ter sucesso. Isso por si só foi uma mudança substancial a partir da filosofia de não incumprimento da época do EFSF, na qual os líderes da UE simplesmente não reconheciam a noção de que um estado soberano da "zona euro" poderia entrar em incumprimento. Mas a linguagem tem vindo a mudar gradualmente por alguns meses. Em Novembro de 2010, por exemplo, os ministros do Euro grupo estabelecidos no âmbito da ESM, observaram a distinção entre devedores solventes e insolventes. Mas para este último, dizem: "No caso inesperado de que um país pareça ser insolvente..." Em Março de 2011 na reunião estabelecida dos líderes de centro-direita, o ministro das Finanças finlandês disse que queriam garantir que os credores privados "não tinham realmente um risco concreto de perder dinheiro." Na semana da última cimeira, os líderes da EU preservaram a distinção entre países solventes e insolventes, mas, notavelmente, o inesperado na "linguagem" foi-se. Na recente visita a Portugal da presidente do Brasil Dilma Roussef questionada pelos repórteres se iria comprar dívida Portuguesa respondeu só se tiver notação financeira de triple A ou por outras palavras AAA. Os brasileiros são amigos mas não são estúpidos. Que chatice assim os políticos portugueses têm mais uma desculpa para os problemas do nosso País. A culpa do que se passa em Portugal é dos mercados e destas agências de rating, malditas sejam. ( Coitados a maioria delas já existia antes de nascerem).

1 comentário:

  1. "A culpa do que se passa em Portugal é dos mercados e destas agências de rating", eu diria antes que a culpa é do sistema por trás das agências de rating. As agências de rating avaliam investimentos. Se são bons e seguros estão bem classificados e são recomendados. Caso contrário são classificados como "investimentos de risco" ou "lixo" como tem sido popularizado pelos media.

    A questão que se põe é o que se pode considerar como investimento privado? A dívida soberana de um país? Sujeita à especulação privada? O povo vai pagar com medidas de austeridade a especulação? Estamos a pagar para que um grupo de pessoas com muito dinheiro possa investir e ganhar ainda mais dinheiro. Não está certo.

    Um país soberano controla a sua inflação. No nosso caso, pertencemos à zona euro, devemos exigir à UE que acabe com a Fractional Reserve Banking de uma vez por todas e restaure o poder de criar dinheiro a cada país, retirando-o dos bancos comerciais. Este poder será mantido em cheque tal como acontece com o Orçamento de Estado. Saberemos exactamente se cada governo foi capaz de manter a inflação em cheque. Deixaremos de emitir e vender em leilão bilhetes de dívida, porque o governo deixa de pedir dinheiro emprestado ao investidor privado e passa a ser o próprio governo a controlar o ciclo de criação/destruição de dinheiro. Não teremos de pagar aos bancos juros sobre capital criado do nada, porque devolvemos ao Estado esse poder. Com este poder o governo tem dinheiro para financiar as obras públicas, modernizar o país de norte a sul, criar centros de desenvolvimento, financiar projectos de investigação cientifica, etc, criando ao mesmo tempo emprego. Como o governo pode auto financiar-se os impostos baixam, tanto para as empresas como para o contribuinte. Só temos a ganhar.

    O Estado é o povo. O poder de criação de dinheiro não pode estar nas mão privadas porque afecta a sociedade como um todo. Temos de despertar consciências, e exigir que esse poder volte às mãos do Estado.

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