domingo, 5 de junho de 2011

PERDEMOS A DIGNIDADE COMO NAÇÃO? A SOBERANIA DO PAÍS ESTÁ EM CAUSA?

O país acabou assim, por ter de pedir mais esta ajuda externa financeira (sistematicamente negada e adiada pelo Governo), é a terceira vez (FMI) neste “paraíso de governação pós 25 de Abril” de joelhos, vexado e com total perda de dignidade como nação de quase dez séculos de história. Que triste exemplo estamos a dar ao mundo, nós que “demos novos mundos”, e como vamos levantar a cabeça e sair desta crise? Custa-me dizer isto, mas nestes trinta e tal anos de democracia, tem prevalecido uma certa “clubite partidária” e não temos sabido escolher os mais competentes para nos governarem. Vamos assim ser dirigidos e governados pelo poder da UE (mais concretamente de Berlim), cada vez mais egocêntrica, rica e pouco solidária, porque pouco ou nada (já) representamos para eles. Culpa nossa também. Temos uma dívida de cerca de 400 biliões de euros crescente (juros de empréstimos de dívida) que temos de pagar, um País que não cresce ou cresce muito pouco inferior sempre a 1% e cuja deflação (0 para baixo) poderá vir a acontecer devido ao plano da troika (FMI, BCE,UE) com défice corrente de 9% , poderá pagar alguma vez o que deve(nunca na vida sem moeda própria e reestruturação completa da sua economia).
Vindas de fora as ordens serão mais facilmente aceites e executadas, por nós, porque além de não haver outra solução, não será nem o PSD, nem o PS, nem o CDS a imporem-nos os sacrifícios necessários para regularizarmos o “monstro da nossa dívida externa”. Muito cómodo para os líderes desses partidos, porque o ónus será da UE e não culpa deles! Esta é uma colonização moderna, depois dos Romanos, dos Mouros, dos Filipes, dos Ingleses e dos Franceses? O que espera um povo que não governa nem deixa governar? Lembram-se o que escreveu um general romano no século III a.c, numa carta que enviou para Roma, acerca deste Povo (que habitava o extremo ocidental da Ibéria – a Lusitânia de Viriato)? Exactamente isso: “ Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governa e nem se deixa governar”. Muitos séculos depois, não perdemos a génese e agora substitua-se Roma por Bruxelas, Berlim, Helsinquia, etc? Há muita gente competente neste País, mas esses não vão para a política, porque o povo não os deixaria governar (paradoxalmente, a democracia tem destas coisas estranhas) e, por isso, esta acaba por ser dominada pelos “outros” (um País que não manda na sua casa não tem soberania). Em Portugal e não só, a política não é vista com uma causa nobre (mas dá dinheiro), pelo povo, pelos media, etc e, desse modo, os “homens bons” ficam de fora, embora muitos deles não se cansem de pregar, mas os políticos surdos e autistas fazem “orelhas moucas” e apelidam-nos de “velhos do Restelo”. O resultado está à vista. Por outro lado e por causa e efeito, não sabemos escolher os melhores para nos governarem (as oportunidades não são iguais) e, assim, virão os tecnocratas e os políticos da EU, agora com a “arma euro”, em vez da espada, imporem-nos aquilo que não soubemos ou não quisemos fazer? Assim seja, se for para o bem do país (o que duvido).

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