domingo, 25 de março de 2012

A RECUPERAÇÃO DA FILOSOFIA DE JOHN MAYNARD KEYNES PARA ENFRENTARMOS OS PROBLEMAS DA CRISE ACTUAL

A economia tem percorrido um árduo caminho para se afirmar como ciência. Desde a antiguidade pode-se notar contributos relevantes de varios cientístas que de certa forma ajudaram no desenvolvimento da ciência económica. No sec XX, sem desmerecer os demais, a figura mais importante e influente para muitos cientistas sociais foi sem dúvida John Maynard Keynes, inglês, que viveu no periodo de 1883 a 1946. Após a publicação da sua obra mais importante, General Theory of employment, interest and money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro) em 1936, a economia nunca mais seria a mesma (conhecida na literatura como a revolução keynesiana). Keynes é considerado o pai da moderna macroeconomia e demonstrou que o estado através das politicas económicas (monetária, fiscal etc) poderia afectar os principais agregados macroeconómicos e determinar valores desejáveis para as variáveis macroeconómicas (emprego, PIB, juros, salarios, inflação entre outros). A implementação das politicas económicas de orientação keynesiana através do Plano Marshall e New Deal, permitiram a recuperação da Europa após a segunda guerra mundial e, dos EUA e do mundo da grande depressão da decada dos 30. Permitiu ainda um periodo de grande prosperidade que o mundo viveu até meados da decada de 70 e que ficou conhecido como os 30 anos gloriosos.
Para entender a proposta keynesiana é necessário fazer a contextualização do periodo em que surgiu a Teoria Geral. A grande depressão ocorrida na decada dos 30 deixou evidente a incapacidade da escola neoclássica em explicar os fenómenos que ocorriam na sociedade. Por incrivel que lhes podia parecer, os mercados não se auto-regulavam e o equilibrio ocorria abaixo do pleno emprego. Também, era evidente o elevado indice de desemprego, baixos indices de investimento e baixa utilização capacidade de produção.
O aspecto mais importante identificado por keynes foi a INCERTEZA. Devido á incerteza, os individuos consumiam menos e os empresários investiam menos, gerando um circulo vicioso de baixo consumo, pouca receita dos empresarios, baixa expectativa de oportunidades, baixo investimento, pouco emprego, baixo rendimento, baixo consumo. Essa armadilha não seria desarmada pelas forças naturais do livre mercado (laissez-faire) mas sim somente pelo activismo do estado, reestabelecendo o nivel de consumo (procura efectiva) através de politicas económicas.
O motivo do estado actual da economia deve-se à incompetência dos economistas porque basearam-se num mercado eficiente e auto regulador, baseando-se em modelos matemáticos ignorando o principio da incerteza. Um dos maiores defeitos da economia actual é de se ter tornado um ramo da matemática aplicada. Foram as ideias erradas dos economistas que legitimaram a desregulamentação das finanças, a qual conduziu à explosão do crédito que culminou com a asfixia do mesmo.
Levar a incerteza a sério, algo que poucos economistas actualmente fazem, tem um profundo impacto, não só na forma como fazemos economia e a aplicamos, como para a compreensão de praticamente todos os aspectos da vida humana. A recuperação da filosofia de Keynes é necessária para os demais economistas começarem a levar a sério a incerteza.

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