domingo, 16 de setembro de 2012

UMAIR HAQUE - O CAPITALISMO ESTÁ ULTRAPASSADO


O crescimento nos países desenvolvidos atingiu um ponto de inflexão, um ponto negativo há décadas e que tem vindo lentamente abrandar durante a última metade do século. Os quadros diretivos das empresas estão habituados a responder a ameaças de microeconomia: novos concorrentes, choques na oferta e na procura, mercados mais complexos. Mas a maior ameaça dos dias de hoje é diferente. Paira ameaçadoramente ao nível da macroeconomia: a prosperidade propriamente dita atingiu uma forte diminuição nos seus lucros. O modelo de crescimento económico da era industrial passada está prestes a desaparecer. Pouco falta para atingirmos o limite em que o crescimento baixa até ao nível de consumo estritamente necessário para manter o nível de vida atual, em vez de o melhorar. A economia global que trouxe prosperidade no século XX não irá nem pode trazer prosperidade no século XXI. O economista que criou o conceito de PNB (agora substituído por PIB), o vencedor do prémio Nobel Simon Kuznets, avisou: “O bem-estar de uma Nação não pode… apenas ser inferido de acordo com a medição do seu rendimento nacional». Os indicadores mais precisos e significativos de bem- estar- das pessoas, das comunidades e da sociedade – estagnaram, embora o PIB tenha crescido. Embora as nações aspirem ao crescimento da Era Industrial não há petróleo, cereais, crédito, emprego nem necessidades de exportação suficientes no mundo para que todos os países continuem a atingir prosperidade dessa forma. Manter este procedimento irá degenerar rapidamente num inútil jogo de exploração do vizinho do lado, pelo qual o crescimento em alguns países é contrabalançado pela estagnação e declínio noutros.

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