terça-feira, 30 de outubro de 2012

(UM DOCUMENTÁRIO FABULOSO QUE MERECE A PENA VER NA TOTALIDADE) - MAX KEISER - BANCOS EUROPEUS ESTÃO TECNICAMENTE EM BANCARROTA. AS DIVÍDAS DOS BANCOS FORAM TRANSFERIDAS PELOS GOVERNOS PARA OS CIDADÃOS COM MEDIDAS DE AUSTERIDADE


Quando se trata de a crise da dívida da zona do euro: há uma questão fundamental: Podem os países em dificuldades implementar todos os programas de austeridade necessárias e ainda assim a sua economia crescer o suficiente para pagar a dívida restante? Tome Espanha, por exemplo: 100.000.000.000 € recentemente numa operação de resgate financeiro, ou de reestruturação como chamam, acompanhado por um pacote de austeridade 60.000.000.000 euros, num país com uma taxa de desemprego de 25%. Grécia: 360 biliões de euros em dívida, novamente acompanhada por duros cortes de austeridade: desemprego em 22,5%. A França tem a sua crise de dívida própria, investiu pesadamente em empréstimos da Grécia. E na Itália: a economia vai contrair 2,4 por cento ou mais neste ano, dobrando a previsão oficial do governo de uma contracção de 1,2 por cento. O mundo está inundado de tanta dívida que, segundo alguns economistas, nunca pode ser pago de volta, sem a impressão de dinheiro, como é o caso com os EUA.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O POVO VOTARÁ CADA VEZ MENOS ENQUANTO NÃO ACABAREM COM ESTA FALSA DEMOCRACIA


Em Portugal não há verdadeira democracia, mas sim uma verdadeira ditadura dos partidos políticos que são instrumentalizados por todo o tipo de grupos de interesses, desde a maçonaria, caciques locais, interesses económicos, corrupção,etc.
Porque é que para se eleger um deputado em 15.º lugar de uma lista às legislativas temos de aceitar ser CHANTAGEADOS para eleger em primeiro lugar todos os que estão acima nessa lista? Isso faz com que os mesmos pesos pesados, que viciam o sistema e têm todo o tipo de interesses promíscuos e agendas escondidas continuem a contribuir para que se sugue o Estado em benefício próprio e de seus apaniguados. Depois, esta influência partidária é usada por aqueles que sustentam esses mesmos partidos na província e afins, com má gestão de Câmaras, hospitais públicos, etc, começando pelas nomeações que não são por mérito, permitindo-se a negócios ruinosos para o erário público, em benefício de influências locais, dando até migalhas a alguns (entrada de trabalhadores não qualificados e técnicos de baixo nível sem concursos públicos) para se calarem e assim se aguentarem sistemas podres em que os tais que decidem levam a fatia de leão. A prova disto é que toda a gente (incluindo os que andam aí pelas manifestações) sabem o que lá se passa e não o denunciam, porque muitos desses ditos trabalhadores sabem como entraram nesses sítios, que foi pela porta do cavalo, assassinando o princípio da igualdade de oportunidades, que é exactamente o mesmo espírito de quem com a corrupção rouba milhões aos contribuintes.
Este País só se levanta se acontecerem duas condições.
1. Se o sistema político for verdadeiramente alterado para que se elejam cidadãos, se elimine o poder e a chantagem dos partidos políticos, chamando assim os cidadãos de maior valor para a política, não se permitindo promiscuidades entre público e privado. Com um sistema decente, desapareceria a via das “jotas” para se subir na vida e ganhar-se poder de decisão sobre a vida de todo um povo e a custo deste, com base em troca de favores, promovendo-se a mediocridade e expulsando-se do País os melhores valores.
 2. Se fizermos funcionar a justiça e criarmos um espírito anti-corrupção e má gestão, perseguindo-se sem dó nem piedade os corruptos e os que lesam o País e as comunidades que deveriam servir com dignidade, o contrário do que acontece actualmente. Grande parte dos problemas orçamentais do País estão na má qualidade da gestão e na corrupção, que decorre do sistema político que temos, que não é uma verdadeira democracia, mas sim um sistema que permite que o País seja capturado por bandos de interesses criminosos.

domingo, 28 de outubro de 2012

OLIVIER BLANCHARD - CHEFE ECONOMISTA DO FMI DIZ QUE A CRISE DURARÁ UMA DÉCADA


A economia mundial vai demorar pelo menos 10 anos para sair da crise financeira que começou em 2008, disse o economista chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard, numa entrevista.
Blanchard falou no site húngaro Portfolio.hu, numa entrevista realizada em 18 de Setembro, que a Alemanha teria de aceitar uma inflação mais elevada e um reforço real do seu poder de compra como parte da solução para os problemas da Europa.
Mas apesar de o foco estar agora nos problemas da Europa, disse ele, os Estados Unidos também tinha um problema fiscal que tinha de resolver.
"Não é ainda uma década perdida... Mas vai certamente demorar pelo menos uma década, desde o início da crise para a economia mundial voltar à boa forma".
"O Japão está a enfrentar também um ajuste fiscal muito difícil, que vai levar décadas para resolver. China provavelmente tem tomado cuidado do seu boom de ativos, mas tem um crescimento mais lento do que anteriormente, mas nós não prevemos qualquer aterragem realmente difícil", acrescentou.
Blanchard disse que o ajuste na zona do euro requer a diminuição em metade dos preços do bloco sul endividados e um aumento nos países centrais. Para o Banco Central Europeu manter a inflação de 2% para todo o bloco como um buraco, os estados do núcleo tem que ter maior inflação que 2% - algo de forte resistência na Alemanha, onde a hiperinflação nos anos de 1920 ainda assombra o debate popular sobre as taxas de juros.
"Um pouco da taxa de inflação mais elevada na Alemanha deve ser simplesmente visto como um necessário e desejável ajuste de preços, relativo". "Dadas as condições da procura global e forte ordem do BCE para garantir a estabilidade de preços, este não é o início de hiperinflação”. Sobre a crise da dívida, Blanchard disse que a redução da dívida eram inevitáveis, mas isso deve ser feito sem sufocar o crescimento, caminhando sobre um "caminho meio estreito."
"Se você faz isso muito lento, o mercado acha que você não está a falar sério, se você fizer isso muito rápido, você mata a economia. Para cada país você tem de encontrar o caminho certo da consolidação".
"Você pode ter uma economia em que a inflação é estável e baixa, mas nos bastidores a composição da saída é errada, e o sistema financeiro acumula riscos."
"A maneira de pensar sobre a política monetária no futuro é que o banco central tem em vigor dois conjuntos de ferramentas".


Comentário – E andam aqui os nossos papagaios políticos a dizer que daqui a um ano vamos estar melhores. Com uma deflação prevista de 3%,défice corrente das contas públicas e dívida a subir em percentagem do PIB já vai nos 123% o abismo é já ali. Nunca na vida vamos sair da situação em que estamos com as políticas actuais é preciso muito mais do que isso.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

VLADIMIR BUKOVSKY (DISSENTE SOVIÉTICO, ESCRITOR, MÉDICO, POLÍTICO) - EU JÁ VIVI O VOSSO FUTURO!

Declarações do escritor e dissidente soviético, Vladimir Bukovsky, sobre o Tratado de Lisboa
"É surpreendente que, após ter-se enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).
O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabe-lo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é exactamente a URSS?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de diminuir os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (...) Eu já vivi o vosso «futuro»..."

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ASSIM VAI O MEU PAÍS - CARTA DE UM JOVEM LICENCIADO ENFERMEIRO DIRIGIDA AO SR PRESIDENTE DA REPÚBLICA

“Quero despedir-me de si”, lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada hoje a Cavaco Silva e que tem como título “Carta de despedida à Presidência da República”. O enfermeiro Pedro Marques, que diz sentir-se “expulso” do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que não crie um “imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade” e apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um dia a Portugal. “Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia”, lê-se. Em entrevista à Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de 2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz também que parte triste por “abandonar Portugal” e a “família”. Na mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no mesmo dia Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das companheiras de Pedro na diáspora. “Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência, quero voar sozinha”, conta Mónica, emocionada, pedindo ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que “se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar”. “Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom”, diz, acrescentando que está “zangada” com os governantes, porque o “país não a quer mais”. Pedro Marques não pretende que o Presidente da República lhe responda. “Sei que ser político obriga a ser politicamente correcto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho”, lê-se na carta de despedida do filho de uma família de emigrantes que se quis despedir de Cavaco Silva.

Este artigo saiu no Público

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SEGUNDO O "THE ECONOMIST" A NOMENCLATURA DE PORTUGAL VAI PASSAR A SER POORTUGAL

Menos ganho, mais dor.
 Agora outro orçamento de austeridade aumenta preocupações sobre o crescimento futuro.
 Em dias mais felizes antes da crise do euro, um governo em Lisboa rebatizou o Algarve como o Allgarve, esperando apelar aos turistas de lingua inglesa . Agora um estado de espirito Português sugere mudar de marca todo o país como Poortugal. No meio de protestos furiosos e editoriais tempestuosos, tal humor mordaz foi como uma resposta para o projeto comedido do orçamento de 2013 que Vítor Gaspar, o ministro das Finanças, apresentou no dia 15 de outubro. Para cumprir os objetivos acordados pela "troika" (União Europeia, Banco Central Europeu e do FMI), que quer "enormes" aumentos de impostos, incluindo o aumento da média de taxas de imposto sobre o rendimento em até um terço. Raramente manifestantes, economistas e políticos foram tão unidos na descrição dos planos: "brutal", "um crime contra a classe média", uma "bomba atómica fiscal". Poucos concordam com o pedido de J. Gaspar, de que "este é o orçamento só possível" e que questioná-lo é correr o risco de ser submetido a uma "ditadura da dívida" com Portugal condenado a depender dos seus credores oficiais indefinidamente. No entanto, a maioria dos eleitores concorda com o Sr. Gaspar que o incumprimento sobre a dívida do país, como os defensores de esquerda radicais, seria "catastrófico". Mesmo assim, os recentes protestos por dezenas de milhares de eleitores tradicionais que acreditam que apertando as famílias dos trabalhadores não é apenas desnecessário, mas também doloroso sufocando o crescimento. Ao contrário da Grécia, Portugal ganhou elogios tanto em Bruxelas e Berlim por ser um aluno modelo para a zona euro. Isso pode ajudá-lo quando o Governo espanhol pede ajuda financeira e começa a discutir com a troika sobre se cada vez mais austeridade fiscal é realmente sensível.

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

MOODY’S COLOCA ESPANHA NA CLASSIFICAÇÃO ACIMA DE LIXO

A agência de notação financeira Moody’s atribuiu a classificação Baa3 nível acima de lixo à dívida Espanhola. "A Moody ‘s acredita que a combinação de área do euro e o apoio do BCE e os esforços do governo espanhol devem permitir manter o acesso do mercado de capitais a taxas razoáveis, dando-lhe o tempo necessário para estabilizar a dívida pública ao longo dos próximos anos" disse num comunicado. A Espanha tem estado pronta para pedir ajuda à zona do euro desde o início do mês, disseram funcionários à Reuters, com o método mais provável de ser uma linha de crédito de precaução de cerca de 50 biliões de euros (64,7 biliões dólares americanos). "Especificamente, a Moody’s acredita que o governo provavelmente vai pedir uma linha de crédito condições reforçadas (Eccl) do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade) como pré-requisito para o BCE ativar o seu programa definitivo de transacções monetárias em relação à dívida do governo espanhol" A Moody’s acredita também que a disposição do BCE para ajudar com a compra de títulos, reduzindo a volatilidade nos juros dos títulos do governo espanhol vai reduzir o risco de Madrid perder o acesso ao mercado da sua dívida soberana, pelo menos no futuro previsível. Os juros no prazo de 10 anos títulos situam-se nos 5,8%. O artigo pode ser consultado AQUI

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

COBAIAS DE LABORATÓRIO (O POVO É CLARO)


Quase todo o País saiu á rua, não para comemorar qualquer vitória futebolística ou outra futilidade do género, mas para protestar vivamente contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. Primeiro foi a TSU (taxa social única) que o governo recuou face à veemência dos protestos populares agora a subida do escalão de IRS num aumento de cerca de 30%. O próprio FMI já referiu que “só com austeridade” a economia não cresce! Logo, aceitam-se medidas mas coerentes e justas sem penalizar apenas os trabalhadores e reformados! Estes últimos então, torna-se criminoso o corte de rendimentos que estão a sofrer após uma vida de descontos, ainda mais se for tido em conta que são muitas vezes eles que ajudam os filhos, com famílias no desemprego! mas a contestação criou típicos oportunismos. Se é lógico e legitimo que a população se manifeste, já não é lógico e muito menos legítimo que elementos do Partido Socialista se manifestem! É bom nunca esquecer que foram eles, graças a Sócrates e seus “acólitos” que levaram o País ao colapso financeiro! E também não faz sentido gritar apenas contra o FMI, pois foi graça à sua intervenção que continuou a haver dinheiro para pagar salários e pensões, após o “saque “socialista! Porque não, nos protestos exigir sim fazer-se como na Islândia, onde prenderam os políticos que a levaram à bancarrota? E depois então responsabilizar os atuais pelas medidas posteriores! Haja coerência!
Mas mesmo não concordando com as medidas do governo, só nos resta a esperança que o bom senso prevaleça. É que alternativas governativas não h´! Não existe oposição capaz de governar o País! E o “outro caminho” que Seguro apregoa? Certamente para baixo, como se pode ver quando a maioria PSD/CDS-PP aprovou na generalidade a proposta de lei para a extinção preventiva das fundações públicas…e o PS votou contra!PCP, BE e PEV abstiveram-se! Coerência? Qual quê? Apenas populismos para “entreter” as “cobaias”.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

AS MANIFESTAÇÕES


Foram deveras impressionantes as imagens aéreas da manifestação ocorrida em Lisboa em 15 de Setembro. o apregoado aumento das medidas de austeridade deu mais força a esta manifestação, com as pessoas que sentem no corpo as consequências de tantos cortes a resolverem ir para a rua, manifestando-se mas não provocando incidentes de monta.
É claro sobre o discurso de Passos Coelho já existem demasiados comentários de pessoas que se sentem abalizadas para criticarem as suas palavras. Mas era um facto que aquele buraco de dois mil milhões de euros na despesa pública tinha de ser tapado. Mas ao contrário do que se poderia supor-redução na despesa-aconteceu exatamente o contrário- lançou um novo aumento de impostos via IRS já que não o “conseguiu” via Segurança Social através da TSU (taxa social única).Em vez de se cortar despesas nas 14000 entidades que dependem do Orçamento do Estado, ou do encerramento de institutos, fundações, departamentos e na reformulação justa das PPP’s, (parcerias público privadas) depois da tentativa na TSU mexe no IRS coisa que também não vai agradar a ninguém. Depois das vozes discordantes mesmo dentro do seu partido é o custe o que custar, exigindo obediência e mostrando pouco interesse em estudar medidas alternativas. O considerarem-se dentro da razão permite-lhes que apenas julguem as suas ideias como credíveis. Num estudo recentemente divulgado soube-se que o peso da economia paralela em Portugal aumentou de 24,8% para 25,4% por cento do PIB entre 2010 e 2011, com 43,4 mil milhões de euros a fugirem ao controlo do fisco. Ora a subida reflete uma “quebra da relação de confiança entre a população e o Estado”. A falta de implementação de medidas que criminalizam o enriquecimento ilícito, o uso de informação privilegiada e o branqueamento de capitais, assim como o não aumento de fiscalização de empresas fantasmas estão na base da economia paralela. E sintomaticamente a não passagem de faturas por restaurantes e cafés é menos grave do que a passagem de faturas a mais, por empresas fantasmas, para poderem receber o IVA (imposto de valor acrescentado) que não pagaram. A situação é de extrema gravidade, mas precisam-se de novas soluções para velhos desafios.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PORQUE PORTUGAL TEM DE FICAR PREOCUPADO COM A SAIDA DA GRÉCIA DO EURO


Portugal está a tornar-se o novo homem doente da Europa, apesar de aderente à medicina dura de engolir de austeridade da troika, enquanto o prognóstico para a Grécia é muito pior e potencialmente contagioso de acordo com o mais recente relatório do Citigroup.
O foco dos mercados deve estar firmemente sobre a Grécia e Portugal no futuro econômico imediato, de acordo com a pesquisa feita por economistas do grupo do banco global. De acordo com o Citi, a economia de Portugal está a diminuir e tal como a Grécia, irá "provavelmente requerer uma extensão de seu pacote de resgate, apesar do fato de o governo ter reduzido diligentemente as despesas devidamente e implementado a maioria das medidas obrigatórias no âmbito do programa da troika".
O relatório observa, no entanto, que ao contrário da Grécia que poderia deixar o euro "no início de Setembro", a perspectiva de uma saída de Portugal é airosa. Pelo contrário, Portugal poderá enfrentar uma fuga de depósitos bancários e uma redução na confiança dos consumidores, comércio e investimentos estrangeiros por causa de uma saída da Grécia.
"No nosso cenário base, esperamos que Portugal continuará a ser um membro da UEM, em contraste com a Grécia, que vemos uma probabilidade de 90% de saida da área do euro", afirma o relatório.
"Continuamos a esperar que a contracção no [Português] do PIB em 2012 e 2013, para ser mais profunda do que a visão de consenso", afirma o relatório, "e acreditam que Portugal vai perder a meta deste ano do défice (de 4,5 por cento), apesar de ter atingido o objectivo no primeiro semestre de 2012. "
Os pesquisadores da Citi notam que, apesar de reduzirem as despesas do estado, com a suspensão do 13º mês para o pagamento mensal dos salários dos trabalhadores do sector público e pensões em linha com as metas, as receitas fiscais de Portugal têm sido muito mais fracas do que o esperado e irá provavelmente permanecer em recessão até 2014.Apesar de Portugal ter cumprido a maioria dos seus compromissos com o programa de austeridade da troika, o relatório afirma que é improvável que Portugal "volte à sustentabilidade fiscal" a reestruturação da dívida soberana próxima e perca por parte dos investidores (haircuts), são cada vez mais prováveis.
"Enquanto os próximos alargamentos do pacote de resgate serem improváveis de virem sem a reestruturação da dívida, esperamos que ocorra, nos próximos 1 a 3 anos a reestruturação da mesma, incluindo a participação do sector privado (PSI) e a participação do sector oficial (OSI), a terem lugar com o programa da Troika provavelmente a retornar a Portugal com a falha sustentabilidade fiscal.
 "A contracção da economia de Portugal, significa que provavelmente será pressionado a pedir uma extensão do pacote de resgate actual  ou de um segundo resgate da troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia), um destino semelhante ao da Grécia.
"Se Portugal fosse forçado a sair do euro por não cumprir os objectivos do défice, apesar de ter implementado as reformas estruturais necessárias e as medidas de austeridade, seria um sinal de que os países credores não estão dispostos a expandir o seu apoio para os países periféricos em geral ", afirma o relatório, ameaçadoramente, acrescentando:" Isso provavelmente depois levaria a mais amplo desmantelamento do euro. "

O artigo pode ser consultado AQUI