quinta-feira, 4 de outubro de 2012

AS MANIFESTAÇÕES


Foram deveras impressionantes as imagens aéreas da manifestação ocorrida em Lisboa em 15 de Setembro. o apregoado aumento das medidas de austeridade deu mais força a esta manifestação, com as pessoas que sentem no corpo as consequências de tantos cortes a resolverem ir para a rua, manifestando-se mas não provocando incidentes de monta.
É claro sobre o discurso de Passos Coelho já existem demasiados comentários de pessoas que se sentem abalizadas para criticarem as suas palavras. Mas era um facto que aquele buraco de dois mil milhões de euros na despesa pública tinha de ser tapado. Mas ao contrário do que se poderia supor-redução na despesa-aconteceu exatamente o contrário- lançou um novo aumento de impostos via IRS já que não o “conseguiu” via Segurança Social através da TSU (taxa social única).Em vez de se cortar despesas nas 14000 entidades que dependem do Orçamento do Estado, ou do encerramento de institutos, fundações, departamentos e na reformulação justa das PPP’s, (parcerias público privadas) depois da tentativa na TSU mexe no IRS coisa que também não vai agradar a ninguém. Depois das vozes discordantes mesmo dentro do seu partido é o custe o que custar, exigindo obediência e mostrando pouco interesse em estudar medidas alternativas. O considerarem-se dentro da razão permite-lhes que apenas julguem as suas ideias como credíveis. Num estudo recentemente divulgado soube-se que o peso da economia paralela em Portugal aumentou de 24,8% para 25,4% por cento do PIB entre 2010 e 2011, com 43,4 mil milhões de euros a fugirem ao controlo do fisco. Ora a subida reflete uma “quebra da relação de confiança entre a população e o Estado”. A falta de implementação de medidas que criminalizam o enriquecimento ilícito, o uso de informação privilegiada e o branqueamento de capitais, assim como o não aumento de fiscalização de empresas fantasmas estão na base da economia paralela. E sintomaticamente a não passagem de faturas por restaurantes e cafés é menos grave do que a passagem de faturas a mais, por empresas fantasmas, para poderem receber o IVA (imposto de valor acrescentado) que não pagaram. A situação é de extrema gravidade, mas precisam-se de novas soluções para velhos desafios.

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